Potencializar a eficiência para atravessar a retração

Todas as indústrias de manufatura buscam, neste momento, alternativas para suportar o cenário de retração no mercado, que tem se desenhado desde o início do ano passado. O cenário é uma ótima oportunidade para construirmos uma ponte com uma boa estrutura para crescimento. Bons frutos poderão ser colhidos agora e no futuro.

Uma forma de atravessar momentos extremamente difíceis é potencializar a eficiência dentro das manufaturas. Trabalhar de maneira muito focada na busca de novas práticas para melhorar os resultados. Quanto mais potencializarmos as ferramentas de produção, melhores resultados serão obtidos na manufatura e, consequentemente, alcançados para o negócio.

A manufatura tem uma importante missão diante desse cenário turbulento, que é criar mecanismos para o desenvolvimento contínuo e de qualidade. Importante frisar que qualidade não envolve apenas o produto. Ela tem um sentido amplo e deve ser vista enquanto metodologia. Precisa estar presente em cada ação realizada dentro da companhia.

A manufatura é necessária no desenvolvimento de um programa de produção assim como na criação de projetos mais eficientes, que tragam retorno para a empresa e quem está dentro dela. É também fundamental nas ferramentas de segurança do trabalho. Se há um acidente, não existe qualidade. Perde-se serviço, perdem-se horas.

Nesse contexto, o papel da manufatura não deve ser apenas executar, mas repensar o conhecimento teórico para gerar novas práticas que permitam acelerar as produções e, principalmente, a qualificação dos colaboradores.

Repensar o conhecimento teórico significa transformar teorias em ações de fato, por meio de sistemas que as suportem e possibilitem vivenciar essas práticas. Todos os ensinamentos obtidos na graduação precisam se tornar realizáveis no dia a dia. Há bons autores, bons livros, uma infinidade de teorias que, evidentemente, são muito úteis.

Fazer um trabalho próximo às universidades contribui, e muito, para a evolução das empresas. As instituições de ensino também precisam sair do campo teórico para vivenciar a realidade da indústria. Interessante para as empresas é ir às universidades e explicar as necessidades aos especialistas da área para elaboração de projetos junto aos estudantes. Fomenta-se, assim, a troca de conhecimentos.

Dessa forma, será possível acelerar as produções, ou seja, melhorar processos, reduzir desperdícios, eliminar perdas e não perder tempo com a manufatura, ou seja, com a quebra de máquinas, falta de componentes e problemas de não-conformidades. Com a adoção de ferramentas de produção, potencializa-se a redução dos custos de manufatura no nível ideal, tirando os resíduos que muitas vezes tornam o negócio improdutivo.

Assim, também será possível acelerar a qualificação do colaborador, que não deve estar restrita a somente uma operação, mas fazer com que ele conheça várias operações, rode toda a fábrica e tenha domínio no ambiente onde trabalha e produz para que receba como mérito o produto no final da linha, pronto, sem retrabalho. O investimento em treinamentos é o começo de todo o retorno.

* Izidro Penatti é o chairperson do 6º Simpósio SAE BRASIL de Sistemas de Manufatura.

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