Rumo ao olho do furacão

Em primeiro lugar, vamos definir o seguinte: este não é um artigo voltado apenas para as empresas inovadoras, disruptivas e tecnológicas. Esse é um artigo para todas as empresas, independente do tamanho que tenham ou do segmento de mercado em que atuem. Uma pesquisa recente da escola de negócios suíça IMD em parceria com a Cisco chamada Digital Vortex: How Digital Disruption Is Redefining Industries traz uma leitura contemporânea bastante preocupante sobre a postura adotada por algumas organizações.

Para produzir o material, os pesquisadores ouviram quase mil líderes empresariais de 12 setores econômicos, de várias partes do mundo, e chegaram à conclusão de que quatro em cada dez organizações vão perder relevância e mercado nos próximos cinco anos! O fenômeno será causado pela já presente transformação digital.

A gravidade da situação aumenta a partir da identificação de uma característica comum em 43% dos CEOs: eles não percebem que a evolução já está acontecendo. Descrentes do potencial disruptivo dessa metamorfose, tendem a olhar para os concorrentes que estão ao seu lado e se enclausurar em uma falsa zona de conforto.

Como os outros players não demonstram sofrer esse impacto, não entendem as mudanças e adotam a estratégia do “esperar pra ver”. Apenas um quarto dos executivos pesquisados afirma ter uma postura pró-ativa diante desse cenário de adaptações e disposição para melhorar, garantindo a sobrevivência e a relevância do seu negócio.

Estamos num furacão de mudanças que até 2020 vai atingir de forma peculiar a cada um, os setores mais diversos da indústria, comércio e serviços em escala global. E a analogia à representação gráfica de um redemoinho faz todo o sentido: as áreas econômicas estão sendo puxadas da borda externa para o vórtice. Os setores e tecnologia, mídia e entretenimento, varejo e serviços financeiros já foram tragados para o meio, porque sentiram no dia a dia dos negócios que é impossível resistir. Telecomunicações, educação, turismo e a indústria de bens de consumo já têm exemplos de processos que estão evoluindo.

Um case da área educacional é a contribuição que temos prestado a grandes centros universitários do país para ampliar a capacidade pedagógica, administrativa e digital através da integração de serviços na nuvem. Conseguimos facilitar o acesso de alunos e professores à informações a qualquer momento e de qualquer lugar e permitimos que os docentes sejam capacitados e aperfeiçoem seus conhecimentos por meio de soluções de educação à distância.

Na esteira da evolução vêm setores mais resistentes, por seus processos e peculiaridades, à convergência digital: saúde, gás e petróleo e indústria farmacêutica. Ainda que a disrupção nessas áreas pareça demorar mais pra chegar, ela já começou e não há como esperar por ela pra saber como agir. Não importa com qual força você se segure para não ser arrastado (ou entenda que o seu segmento é imune): dentro de pouco tempo, ou os ventos dos novos processos te arrastam ou você morre.

Diego Brites Ramos é diretor da Teltec Solutions

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