O balanço do primeiro semestre de 2008 no mercado de recrutamento de altos executivos foi positivo, mantendo-se estável na comparação com 2007, quando houve um boom na demanda, de acordo com a sócia-diretora da Mariaca, Patrícia Epperlein.
Segundo dados da Mariaca, os setores de consumo, automotivo, indústria química, construção e varejo continuam bastante aquecidos, apresentando estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado, considerado um semestre bom.
Na comparação com o mesmo período de 2007, houve uma queda de 54% nos cargos industriais e um aumento de 11% nas áreas financeiras, comercial e de recursos humanos. "No ano passado, foram feitos grandes investimentos no setor industrial. Agora, é o momento de administrar esses investimentos. Daí a busca maior por gestores", explica Patrícia.
Crescimento confirmado
A alta na contratação de executivos no período pode ainda ser confirmada por outra pesquisa, da consultoria DBM, segundo a qual o crescimento foi de 60% nos primeiros seis meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2007. No entanto, esta pesquisa englobou executivos de todos os escalões, e constatou: os cargos são voltados para chefia intermediária, gerência, diretoria, CEOs e até conselheiros de administração.
Os números apontam que, entre janeiro e junho deste ano, foram abertas posições para 10.268 executivos em todo o Brasil, ante 6.308, na mesma base comparativa. Somente em junho último, houve procura por 1.956 profissionais dos escalões alto e médio, o que equivale a um acréscimo de 59% em relação ao mesmo mês de 2007.
"O mercado continua aquecido e, conseqüentemente, as empresas têm buscado cada vez mais profissionais no mercado", afirma o presidente da DBM Brasil, Cláudio Garcia. "A conquista de posição de investment grade, como a DBM já havia previsto, pressionou ainda mais alguns setores, assim como fez com que a demanda por executivos mantivesse sua tendência de alta e confirmasse o quadro que já em 2007 havíamos batizado de apagão de talentos".
Expectativa: inflação não prejudica
Para o segundo semestre, o balanço deverá seguir positivo, já que as empresas continuam contratando, com o objetivo dar suporte e administrar os investimentos do ano passado, de acordo com a Mariaca.
Segundo Patrícia, a provável alta da inflação em 2008 não terá um impacto negativo na demanda por executivos. Ela explica que o setor de headhunter, no qual trabalha, é um dos primeiros a sentir as conseqüências da crise, o que não aconteceu até o momento. Qualquer reflexo somente será sentido em 2009, garante.