Foi-se o tempo em que contar com um líder eficiente dentro das organizações era sinônimo de resultados satisfatórios. Com o aquecimento do mercado e os mais variados problemas de gestão, ser um líder não é mais diferencial para o profissional. É preciso obter o melhor resultado de todas as pessoas envolvidas na cadeia produtiva das organizações. E é nessa lacuna que entra o líder coach: profissional que, além de liderar, consegue estimular pessoas a dar o seu melhor de forma a transformar o seu potencial em alto desempenho.
Dados da pesquisa realizada pelo professor e pesquisador do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), da FIA (Fundação Instituto de Administração), Alfredo Behrens, com alunos de MBA (Master Business Administration) da Europa e do Brasil, revela que o brasileiro prefere estilo de liderança paternalista dentro das organizações, aquele que relaciona a ação do gestor com obediência, protecionismo, favoritismo e barganha. Enquanto que os europeus preferem o líder com foco intelectual, aquele que consegue conquistar a admiração dos colaboradores pelo conhecimento.
Para a consultora associada da Muttare, consultoria de gestão, Roberta Yono Ebina, que também conduz treinamentos de construção de time e programa de formação de liderança “é vital o líder oferecer desafios aos seus colaboradores, permitindo, assim, que os mesmos estimulem sua motivação. Assim o líder irá gerar um vínculo cada vez mais forte do colaborador com a organização, tornando-o cada vez mais comprometido com os resultados a serem alcançados”.
Já o papel do coach é o de transformar, catalisar. Roberta destaca que “o coach tem habilidades para desenvolver pessoas. Gerando reflexão e estimulando a mudança, ele poderá ajudar uma equipe a obter melhores resultados. Além da função de apoiar sua equipe, é vital que o líder coach saiba utilizar desta mesma capacidade com todos com quem se relaciona na organização (pares, chefes, fornecedores, clientes, comunidade). Ele é o legítimo agente de mudanças. Para isso é preciso, sempre, compartilhar todo seu conhecimento, dar o exemplo, ou seja, praticar aquilo que prega, além de abandonar a arrogância e o ‘status de líder’”.
Ser um coach não é ensinar as pessoas a tomar a mesma decisão que você em determinadas situações. “É necessário fazer com que os colaboradores pensem, avaliem o cenário, tomem suas próprias decisões e ajam de forma diferente da de costume em busca de seus objetivos. Porém, localizar profissionais com essas características dentro das organizações não é tarefa das mais simples, já que a estrutura organizacional hierárquica impede as pessoas de darem o seu melhor. Se os resultados da sua empresa estão bons e há dúvida se poderiam ser melhores, com certeza sim. É só olhar a estrutura organizacional e o estilo de liderança dos seus gestores”.
Roberta Yono Ebina é consultora associada da Muttare (muttare.com.br). Possui dez anos de experiência na área comercial em empresas de diversos segmentos e é qualificada em MBTI e processo de Executive Coaching.