Fundada em São Paulo, na década de 1960, pelos irmãos catarinenses Nelson e Hylário Zen, e depois transferida para o Vale do Itajaí (SC), há 41 anos, para dar conta do aumento da produção, a Zen conquistou lugar de destaque no mercado de autopeças, exportando para mais de 100 países. A empresa é líder mundial no fornecimento de impulsores de partida, peça para o motor de arranque de veículos conhecida popularmente como bendix (marca que já fabricou a peça) e, nos últimos anos, investiu também em linhas de tensionadores e polias – quase 100% destas destinadas ao mercado externo. Anualmente, a Zen produz em Brusque (SC) 12 bilhões de peças, sendo 9 bilhões da linha de impulsores de partida. Cerca de 50% da produção total é exportada para mais de 100 países e comercializada em escritórios de venda na Europa, nos Estados Unidos e na China.
A Zen mantém parceria com entidades nacionais, como a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e a Fundação Certi, e internacionais, como o Institut für Umformtechnik (IFU), em Stuttgart, na Alemanha. “As parcerias fazem com que nossa capacidade de inovação se acelere, sozinhos não terí afirma o gerente de Engenharia de Produto e Processos, Geraldo Coelho Neto.
Há cerca de dois anos, a empresa voltou-se ao fortalecimento da inovação com a criação de um departamento próprio de Pesquisa e Desenvolvimento, que conta com dedicação exclusiva de 20% da equipe de engenharia de desenvolvimento. Desde a criação do departamento, uma série de medidas foi concretizada para tornar a empresa mais receptiva à inovação. “Houve uma mudança de cultura para aceitar o risco da inovação, onde o erro é tolerável”, afirma Coelho Neto, que indica também o lugar da área no modelo de negócio da Zen. “Queremos crescer através de inovação, e não de produção, queremos criar novos mercados.”
Até 2015, devem ser investidos R$ 36 milhões, via financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no desenvolvimento de novas patentes que visam soluções de longo prazo ao mercado. Coelho Neto destaca a ligação entre a decisão de investir em inovação e a concepção da empresa. “Os fundadores são empreendedores por si só. São pessoas que ousaram muito.” Também há uma preocupação em inovar nos processos internos, como o investimento de R$ 2 milhões na aquisição de uma linha automatizada de montagem de impulsores de partida que deve aumentar a produtividade em 60%.
Com alta durabilidade e baixo ruído, os impulsores fabricados pela Zen possuem as certificações ISO 9001, QS 9000 e ISO-TS 16949, norma específica de qualidade automotiva. Há também o reconhecimento de clientes como a Bosch, que em 2010 concedeu à empresa o prêmio Magneto de Ouro, que destaca os fornecedores com postura diferenciada. A peça segue como o carro chefe da produção, respondendo por 67% do faturamento anual que, em 2013, foi de R$ 150 milhões.
Os novos produtos, nestas e nas demais linhas, representam 20% da receita das vendas da empresa. Segundo Coelho Neto, o objetivo é aumentar este percentual para 30% em 2014. A meta faz parte de uma estratégia de lançar mais de 100 novos produtos por ano.
No primeiro semestre deste ano, já foram lançados 60, entre eles, a polia de alternadores OAD (Overrunning Alternator Decoupler). Uma das 14 patentes mundiais da Zen, a polia permite maior eficiência do motor e menor consumo de combustível. Outro lançamento recente é a roda de pulso para o sistema de freios ABS em caminhões. “A Zen percebeu uma oportunidade de mercado nos veículos pesados, no qual a fabricação desta peça era improdutiva”, comenta Coelho Neto. A fabricação do item começou no ano passado com 25 mil peças por mês. A expectativa é que com a determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) acerca da obrigatoriedade do sistema de freios ABS, que vigora no País desde janeiro, a produção atinja o pico de 40 mil peças produzidas por mês.