O engenheiro Edvaldo Angelo é um inovador nato. Logo que começou a trabalhar na Metisa, em 1972, na área de Produção, revolucionou os procedimentos, deixando para trás a experimentação e adotando os projetos técnicos para elaboração e fabricação das peças. Seu lema, relembrado sempre aos funcionários, é “Não pense na peça, pense na máquina. Não pense só na máquina, pense na fazenda. E não pense só na fazenda, pense no operador.”
Angelo logo se tornou diretor e, em 1989, assumiu a presidência da empresa criada por Richard Paul Júnior, em 1942. À solidez da companhia somou o foco em inovação e hoje, aos 72 anos, a Metisa é um dos principais players do setor, com faturamento de R$ 296,2 milhões em 2013, 10,6% maior do que o registrado no ano anterior. As vendas para o mercado nacional cresceram 12,3% e as exportações 5%.
Qual a importância do agronegócio brasileiro para a Metisa?
Edvaldo Angelo – A extensão territorial do Brasil, especialmente a grande área agricultável existente, nos incentiva a fixar foco nos negócios, mais intensamente para a área de agricultura. Cinquenta por cento dos nossos negócios são direcionados às montadoras de máquinas agrícolas e também ao mercado de reposição. Somos também competitivos, no mercado internacional, exportando para 41 países. Grande parte dessas exportações é para a agricultura. Nessa linha de produtos, fabricamos acima de 2 milhões de peças em aços microligados com valor agregado em tratamentos térmicos.
Quais as inovações, em termos de produtos e serviços, que a Metisa leva ao campo?
Angelo – Em pesquisas e desenvolvimentos, temos uma relação muito forte com as montadoras de máquinas agrícolas, com participação agregadora de produtos para os equipamentos de preparação de solo, plantio e colheita. Em vendas, assistência técnica constante, locadas regionalmente para facilitar assistências diretas e também estoques reguladores conforme sazonalidades e modelos, em Santa Catarina, São Paulo e Recife. Continuamos em estudos e desenvolvimento constante, ligado à evolução das máquinas e equipamentos dos setores Agrícolas e tratores, mantendo-se em nível de qualidade de exigência mundial.
Quais as perspectivas de produção e faturamento da Metisa para este ano e num horizonte para esta década?
Angelo – A Metisa é especializada em peças para máquinas dos setores agrícola, tratores, construção civil, ferroviário e rodoviário. Setenta por cento de nossas vendas são para o mercado nacional, atendendo 7 mil clientes. Trinta por cento para exportação, atendendo 61 clientes. Os cuidados que temos tido com a diversificação dos negócios, produzindo para cinco áreas distintas, participando das exportações e pulverização do mercado, permite que a nossa companhia tenha bom equilíbrio econômico. Em 2014, embora o mercado esteja muito cauteloso em razão dos acontecimentos econômicos do País e, principalmente, ao pouco investimento nas infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, portos e outras, deveremos experimentar crescimento, com previsão de faturamento em torno de R$ 340 milhões, conforme Plano Orçamentário. Deveremos iniciar 2015 com uma nova área de atuação, o setor automobilístico, atendendo indiretamente às montadoras.