Empreendedores jovens transformam negócio em causa sustentável

É cada vez mais comum o vínculo entre medidas sustentáveis e o universo empresarial, principalmente em relação aos jovens empresários que se preocupam a cada dia mais com questões ambientais, sociais e éticas, devido às mudanças de valores no qual a humanidade vem passando.

Seja pela reciclagem do lixo ou desenvolvimento de ações ligadas à questão, o conceito é estrategicamente aplicado com o intuito de gerar a transformação do ambiente. A PremiaPão é uma rede de franquias com foco em propaganda em saco de pão, que já nasceu com o objetivo de fazer essa diferença. Quando criada, no fim de 2015, seus jovens diretores fizeram questão de levar essa ideologia para a franqueadora.

A rede assumiu importantes compromissos com a sustentabilidade: seu principal produto, o saquinho de pão, é feito com matéria-prima biodegradável – o que os torna 100% ecológicos. E todas as unidades da rede, as cerca de 180, utilizam esse material. Além disso, a cada produção fornecida aos seus franqueados, uma árvore nativa é plantada: cerca de 100 árvores já foram plantadas. A grande maioria em Joanópolis (SP), região da Cantareira.

Por meio de produtos, a marca inclui a sustentabilidade no cotidiano de seus funcionários. Ou seja, fazem utilização de pen drive de bambu, lápis com sementes, caderno e caneta produzidos com material reciclável, ecobags (sacolas ecológicas desenvolvidas para substituir as de plástico), entre outros.

“Nossa empresa pode fazer muita diferença para a sociedade. O que inclui o futuro dos nossos filhos. Acredito que as coisas em relação aos negócios podem ser vistas e elaboradas de uma maneira diferente, em busca de resultados sim, mas que sejam positivos para todos. Principalmente porque somos os maiores interessados, por isso buscamos inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo”, diz Raphael Mattos, diretor executivo da PremiaPão.

Atitude que vem dando certo. Pelo menos entre os seus franqueados, que passaram a plantar árvores em pontos estratégicos de suas cidades (também a cada produção de sacos produzida) e a aderir práticas sustentáveis no dia a dia. Reflexo da essência transferida pela franqueadora no qual acredita trazer valores éticos para a empresa e para o serviço. “Quando assumimos esse compromisso, os consumidores, franqueados e outros parceiros conseguem enxergar na PremiaPão um diferencial. Com isso, eles acompanham as nossas investidas para a melhoria do meio ambiente, além de ver na empresa um referencial de como é possível incrementar essa questão de forma mais simples do que esperado”, afirma.

Negócio de futuro

O comportamento da rede em relação à sustentabilidade vem de encontro com as tendências de negócios para o futuro. A aceitação do mercado está cada vez maior. O estrategista de marcas Leonardo Kim fez uma lista com dez tendências que vão guiar o mercado em 2017, para a revista americana Inc. Na lista consta que as ações sustentáveis e o desenvolvimento de produtos com métodos que fortalecem a cultura da sustentabilidade devem continuar crescendo. Até o atual período do ano, mais de US$ 500 milhões foram salvos em eficiência energética e este valor tende a crescer em 2017.

Segundo dados da Nielsen, a porcentagem de clientes dispostos a pagar valores mais elevados por produtos e serviços de empresas que retribuem à sociedade é de 66%. Além disso, de acordo com pesquisa da Roland Berger, em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o mercado sustentável brasileiro deve crescer entre 5% e 7% ao ano até 2020, mesmo nível do estimado para o mercado mundial, de 6,5% ao ano nas duas primeiras décadas deste século. “Com cada vez mais gente preocupada com o que consome, existe um mercado gigantesco para pequenas empresas nesta área. Investir em negócios sustentáveis é olhar o futuro”, falou o diretor.

Apesar dessa perspectiva de mudança positiva na cultura, Mattos diz que há muito a ser conquistado, pelo menos no empreendedorismo. Ele diz perceber que hoje em dia, a preocupação intensa dos empresários com os lucros acaba fazendo com que muitos deixem essa causa de lado. O que acarretaria na perca de oportunidades e chances de desenvolvimento, já que muitas vezes, o investimento no modelo de gestão sustentável pode ser a chave para aumentar a vantagem competitiva da empresa e torná-la mais estratégica e rentável. “Precisamos rever nossos conceitos, além da situação precária no qual passa o Brasil, a concorrência está cada vez maior. E se analisarmos bem, essa medida tem efeito duradouro, tanto para os negócios quanto para o planeta”, finalizou.

 

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