Afinal, o que muda com a IPTV?

O serviço de Internet Protocol Television (IPTV) está sendo anunciado por várias empresas no Brasil e aos poucos a população passa a ter acesso a mais esta inovação tecnologia. Mas o que a IPTV traz de novo? Interatividade, conteúdo diversificado e alta qualidade da imagem e do som. Acredito que estes sejam ingredientes suficientes para atrair milhões de usuários em pouco tempo.

IPTV é a transmissão de sinais televisivos pela internet, e não por antena ou cabo, como temos hoje. Os sinais são recebidos por um aparelho chamado set-top box e convertidos para que sejam visualizados na televisão. Para funcionar é necessário uma conexão banda larga com a internet de no mínimo 4 Mbps. Os conteúdos são enviados por streaming, mas não distribuídos, o que garante a alta qualidade da imagem e do som e diferencia o IPTV da WebTV.

Como necessita de uma internet de alta velocidade, as empresas têm optado por oferecer este serviço através de fibra ótica. Mas estas redes ainda são poucas. A Vivo, uma das empresas que anunciou recentemente o serviço de IPTV, o Vivo TV Fibra, estima que até meados de 2013 cerca de 1,5 milhão de residências no estado de São Paulo contem com rede de fibra óptica. Até setembro deste ano eram 100 mil domicílios.

A fibra óptica é a melhor opção para a IPTV por não ser suscetível à interferência eletromagnética e ainda possuir a capacidade de transmitir uma grande quantidade de dados. Além disso, o vidro, que é o material mais comum na fabricação das fibras, é um mineral abundante. Mas o custo de compra e manutenção da fibra óptica ainda é muito elevado e a fragilidade do material também é uma desvantagem.

Outra questão que aparece quando falamos em IPTV é a plataforma utilizada para o desenvolvimento dos aplicativos. No início deste ano, o governo divulgou uma portaria que obriga as fabricantes de televisores de cristal líquido e plasma a implantarem o Ginga, que é um software livre nacional, em seus aparelhos. Esta plataforma permite a interatividade na TV Digital, mas ainda não é a ideal para o nível de tecnologia que as empresas querem oferecer aos consumidores. A qualidade da interatividade proporcionada será o diferencial entre as empresas que oferecem a IPTV. Por isso, é necessário investir em uma plataforma que apresente recursos aos desenvolvedores.

A IPTV ainda está no início aqui no Brasil e por isso levará certo tempo para se tornar popular. Além da internet de alta velocidade, para utilizar a IPTV é necessário possuir uma smart TV ou TV conectada. Estes aparelhos foram lançados em 2011 e ainda possuem um valor elevado. Mesmo assim a venda das TVs conectadas vem crescendo. Dados da Sony Brasil apontam que até o final de 2012, 40% dos aparelhos vendidos serão de smart TVs. E em 2014, quando teremos a Copa do Mundo, 20 milhões de residências terão TVs conectadas.

A interatividade está cada vez mais inerente a nossa sociedade, assim como a busca por inovações tecnológicas. Apesar de ainda apresentar desafios para as empresas na área de desenvolvimento de aplicações e implantação das redes de fibra óptica, o IPTV tem tudo para atrair os consumidores. As tecnologias estão avançadas nestes setores e, em breve, a IPTV será tão popular quanto a TV a cabo é hoje.

João Moretti é diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.

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