Alegria de ser um eterno aprendiz

30|03|2012

Em um de seus versos mais inspirados, o saudoso compositor Gonzaguinha propunha “cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”, conselho que também se aplica a qualquer profissional e também aos gestores de uma empresa.

A humanidade sempre evoluiu a partir da aprendizagem, que não se limita aos ensinamentos classificados adquiridos na escola formal. Os professores são extremamente importantes no processo, mas as pessoas precisam de outros “mestres” e mentores, a começar pelos pais. Também não é desprezível a motivação inspirada por nossos heróis e personalidades que admiramos, que são exemplos a seguir e nos oferecem valiosas lições para nosso crescimento pessoal, intelectual e profissional.

Desde tempos imemoriais, os mais jovens aprendem com os mais velhos, os mais inexperientes com os mais sábios, os aprendizes com os mestres. Na sociedade da informação e do conhecimento, o aprendizado constante é uma necessidade de sobrevivência. A novidade é que, hoje, temos de aprender também com os mais novos.

Quando exerci cargos de direção em grandes empresas, eu me sentia bem confortável convivendo no dia a dia com as máquinas de escrever Olivetti e Remington, o papel carbono, as calculadoras manuais Facit, o telex, os telefones de disco e outras maravilhas tecnológicas da época que se transformariam em peças de museus. De repente, fomos obrigados a aprender com as feras da tecnologia da informação, geralmente mais novos, a entrar no maravilhoso mundo dos computadores, da internet e das redes sociais. Os pais não têm a menor vergonha de admitir que recorrem aos filhos e netos, cada vez mais novos, para dominar os Iphones, Ipods, Ipads e outros “I” que surgirem.

O ritmo acelerado das mudanças no mundo corporativo também impôs a necessidade de as empresas adotarem processos mais sistematizados para promover o desenvolvimento e o aprimoramento dos profissionais e formar lideranças. No Brasil, essa necessidade foi reforçada pelo crescimento da economia e pela escassez de talentos.

Por isso, as empresas têm investido cada vez mais no coaching, metodologia que ajuda os profissionais a desenvolver suas habilidades e competências para obter alta performance e atingir os objetivos e metas da organização. O coaching é importante, principalmente, quando a organização implementa planos de sucessão ou profissionalização e nos processos de mudança decorrentes de fusão ou aquisição.

Para o executivo, o coaching ajuda a desenvolver e fortalecer comportamentos para uma liderança ainda mais efetiva e ampliar a visão estratégica e holística do negócio. Como consequência, o processo aumenta a motivação e a produtividade do profissional, facilita sua integração na organização e melhora sua capacidade de comunicação e de lidar com os liderados, incentivando também o aprendizado contínuo. Já as organizações lucram com o incentivo a idéias inovadoras, a retenção de talentos e o aumento da produtividade.

O coaching nos ensina a ser eternos aprendizes.

Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.

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