Alta recorde das vendas no varejo em 2010 foi impulsionada pelas compras em supermercados

O desempenho do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 9% em 2010 na comparação com o ano anterior, foi o que impulsionou a expansão de 10,9% no volume de vendas do comércio varejista no ano passado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a elevação acumulada em 2010 foi a maior já registrada desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2001.

Segundo o economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, o setor respondeu por cerca de 40% da taxa anual do varejo. Ele explicou que o bom desempenho do segmento de hipermercados e supermercados reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população em consequência do aumento da massa salarial da economia e da expansão do crédito.

“A renda é a variável, sensível a essa atividade, já que se o consumidor percebe que está ganhando mais, ele melhora a qualidade de seu consumo de alimentação. Além disso, os preços, principalmente no início do ano, estavam mais baixos, com a desvalorização do dólar que estimula a importação com preços mais em conta. Enfim, o momento da economia brasileira saindo da crise de maneira forte”, disse.

Ele destacou ainda o desempenho do setor de móveis e eletrodomésticos, que registrou alta de 18,3% em relação a 2009 e foi responsável pelo segundo maior impacto na taxa anual do varejo. De acordo com Pereira, o segmento foi impulsionado também pela recuperação do crédito, pelo crescimento do emprego e da renda e ainda pela estabilidade dos preços, principalmente no caso dos eletrodomésticos.

O coordenador do IBGE enfatizou que, apesar do resultado recorde de 2010, em dezembro o setor perdeu um pouco o fôlego e as vendas ficaram estáveis (0%) em relação a novembro, quando foi registrado incremento de 0,8% na mesma base de comparação. Segundo ele, no entanto, esse movimento não reflete um ponto de inflexão.

"Em dezembro, houve aumento de preços, especialmente em alguns alimentos como a carne vermelha, e as pessoas costumam reduzir a quantidade [de compras] quando isso ocorre. Esse resultado é uma acomodação do setor, que vinha crescendo há sete meses consecutivos, mas não representa um ponto de inflexão, não significa que daí para frente vai passar a ser negativo. Temos que pagar para ver como vai ser em janeiro”, avaliou.

 

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