Até 2020, mais da metade dos consumidores brasileiros serão de classes populares

Se as políticas atuais de salário mínimo e benefícios sociais adotadas pelo governo federal continuarem nos próximos anos, o cenário econômico para o Brasil até 2020 é o de intensificação do crescimento das classes populares. Naquele ano, segundo estimativas da Fia (Fundação Instituto de Administração), a representatividade da população com renda até um salário mínimo será de 19%.

O estudo produzido pela Fia, através do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), estima ainda que, para os com orçamento de um a três salários mínimos, a participação será de 45%. Para o professor James Wright, coordenador do Profuturo, o tema merece atenção da comunidade empreendedora do país.

"Recentemente realizamos análises que apontam a importância do consumidor constituído pelas classes populares, já que abre a possibilidade de novas oportunidades de negócios e expansão para o mercado", avalia.

No cenário mundial
A conclusão da análise de panoramas para o futuro revela perspectivas de que o Brasil continuará com o processo de alinhamento com a economia globalizada e a inserção no mercado externo, com reflexos diretos no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), impulsionado pela exploração de competências bem desenvolvidas no país, principalmente na área agrícola e energética.

De acordo com o estudo, o potencial de atender à demanda crescente por alimentos e por fontes renováveis também representa uma janela de oportunidades para o País.

Velhos problemas
Em relação à distribuição de renda, mesmo com as melhorias recentes, a projeção do Profuturo aponta que a desigualdade continuará a ser característica marcante da sociedade brasileira.

Contudo, o progresso que se espera alcançar deve gerar oportunidades de negócios para empresas e empreendedores que conseguirem soluções inovadoras e acessíveis, para satisfazer as necessidades, especialmente da população de baixa renda.

As previsões foram elaboradas com base em um cenário de crescimento com baixa competitividade, ou seja, um desenvolvimento da economia do País marcado por elevada carga tributária e baixa eficiência dos serviços públicos.

Os resultados apontam que os desafios a serem superados estão relacionados à melhoria qualitativa da educação, à disponibilidade de infra-estrutura para viabilizar o crescimento e à superação de ineficiências na esfera político-institucional.

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