Com dólar em alta, brasileiro viaja pelo Brasil e preços podem cair, diz ministro

"O produto Brasil ficou mais vantajoso tanto para estrangeiros quanto para brasileiros", afirmou o ministro do Turismo, Luiz Barretto, em entrevista à InfoMoney.

Segundo Barretto, com a moeda norte-americana cotada em patamares mais altos, o turismo doméstico deve ser valorizado, e a tendência é que haja redução nos preços, tornando o País ainda mais atrativo. "O trade turístico está consciente de que tem que praticar preços acessíveis em épocas de crise. Tem uma grande compreensão do mercado de que, nestas épocas de insegurança, a oferta de produtos de baixo custo é fundamental", afirmou.

Para ele, haverá um esforço ainda maior nas consideradas épocas de baixa temporada, quando é mais fácil praticar preços mais baixos.

Gastos de brasileiros no exterior
O otimismo do ministro se baseia, principalmente, nos dados fechados de setembro, da Nota do Setor Externo, divulgados na última quinta-feira (23), e nas informações preliminares do mês de outubro.

Segundo o documento, até setembro, os turistas estrangeiros já deixaram no Brasil cerca de US$ 4,3 bilhões. Montante, segundo Barreto, maior que no mesmo período do ano passado e superior ao resultado de todo o ano de 2006. "A estimativa é fechar o ano com a cifra de US$ 5,5 bilhões", revelou.

Os dados preliminares de outubro, no entanto, já mostram expressiva redução. Segundo dados do BC, enquanto em setembro os brasileiros deixaram no exterior US$ 1,124 bilhão, até 23 de outubro, os gastos caíram para US$ 599 milhões. Os gastos de estrangeiros no Brasil, no mesmo período, passaram de US$ 468 milhões para US$ 357 milhões.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, com a crise externa, as viagens de estrangeiros também diminuíram. O ministro Luiz Barretto não concorda. "Viagem de um estrangeiro para o Brasil é uma viagem planejada. Se tiver algum efeito, vai ser sentido a partir de março do ano que vem", afirma. "Além disso, tem aumentado a procura principalmente pelo turista estrangeiro da América Latina, pois, nesse patamar de câmbio, o produto Brasil ficou mais barato".

2009
Para 2009, no entanto, o ministro prefere manter a cautela quanto às projeções. "Estou otimista com o verão e com os próximos quatro meses, mas, com relação ao ano que vem, queria avaliar com mais calma. Ninguém sabe exatamente os efeitos da crise para o mercado europeu e norte-americano e também para o Brasil. Para o ano que vem, prefiro ser cauteloso", concluiu.

Facebook
Twitter
LinkedIn