Cosméticos de caipirinha fazem sucesso na Europa

Uma das bebidas mais características do Brasil, a caipirinha virou coqueluche na Europa nos últimos anos, nos bares e pubs de países como Alemanha, França, Espanha e Portugal. O drinque já mereceu até mesmo citação em filme do cineasta americano Woody Allen. Na cidade de Mogi Mirim, em São Paulo, a marca Brazilian Fruit transformou o sabor tão celebrado da caipirinha em uma inovadora linha de produtos com hidratante, gel esfoliante e espuma de banho.

Além da caipirinha, a empresa Gus & Vicki, proprietária da marca Brazilian Fruit, exporta uma série de cosméticos baseados na rica flora brasileira. Frutas típicas do País dão o colorido e o odor de uma linha de produtos que há dois anos conquista consumidores de vários países. Creme hidratante de açaí, sabonete de pitanga, manteiga hidratante de castanha-do-pará, sabonete em barra de cupuaçu, espuma de banho de guaraná e maracujá e gloss de banana compõem a variada lista dos cosméticos tropicais da Brazilian Fruit.

A Gus & Vicki surgiu há dez anos, conforme lembra a empresária Veronika Rezzani, sócia da empresa com o marido, Gustavo Rezzani. No começo a Gus & Vicki apenas fabricava produtos para outras empresas. Entre seus compradores está até uma multinacional americana. “O cliente vem até nós, diz que tipo de produto deseja e produzimos, de acordo com as suas necessidades”, conta Veronika.

Em 2005, Veronika e Gustavo também decidiram investir na criação de uma marca própria. “A idéia era trazer a brasilidade aos nossos cosméticos, tendo as frutas brasileiras como principal artigo, e competir no mercado externo com produtos adequados às normas internacionais”, lembra Veronika Rezzani.

No ano seguinte, a marca foi lançada na Cosmoprof, uma feira na cidade italiana de Bolonha e superou as expectativas dos fabricantes. “A receptividade foi fantástica e pouco depois do evento já estávamos exportando para Portugal”, recorda a empresária paulista. A Gus & Vicki também já vendeu seus produtos para países como Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Índia, Estados Unidos, Espanha e França. Em um evento de lançamento da marca, em Barcelona, a renda com a venda de produtos atingiu o valor de seis mil euros e foi revertida para uma instituição que trabalha com crianças carentes na cidade mineira de Jesuânia.

Veronika ressalta que a responsabilidade social e ambiental constitui um dos elementos mais importantes na atividade da Gus & Vicki. Segundo ela, a empresa só compra insumos de fornecedores preocupados com a sustentabilidade. Ela também informa que em sua empresa, na medida do possível, tudo é reciclado. Materiais que sobram, principalmente plásticos, são doados para cooperativas de catadores.

Outra estratégia adotada na Vicki & Gus é o tratamento dos resíduos da produção para evitar a contaminação de lençóis freáticos nas proximidades da fábrica.

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Ativos naturais

Segundo Veronika, exportar não é nada fácil para uma empresa de pequeno porte. Ela explica que constitui uma tarefa árdua se adaptar às exigências da legislação para registrar os cosméticos e aos perfis dos consumidores de outros países. “Nossos produtos são elaborados levando em conta normas e exigências internacionais de formulação e regulamentação”, conta. Ela frisa que esses produtos são dermatologicamente testados e possuem altas concentrações de ativos naturais.

Além disso, a empresária de Mogi Mirim informa que os rótulos da Brazilian Fruit trazem textos em inglês, francês, espanhol e italiano com até dois idiomas por embalagem.
Veronika diz que para cada país com o qual trabalha a linha de produtos vendida explora uma determinada fruta. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Brazilian Fruit vende cosméticos de açaí, devido ao crescimento do consumo pelos norte-americanos de produtos derivados da fruta amazônica. Já na Índia, o que agradou os consumidores, conforme conta Veronika, foi a linha de cosméticos de pitanga.

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Caipirinha sem álcool

Ao falar sobre o carro-chefe da Brazilian Fruit, a sócia da Gus & Vicki lembra do difícil processo, com inúmeros testes, para criação da linha de cosméticos de caipirinha. Veronika criou o conceito da linha enquanto o odor foi concebido pela perfumista Elizabeth Maia.

A composição da linha de caipirinha se baseia em extrato de cana-de-açúcar e extrato de limão. Os produtos não levam álcool em sua fórmula. “Quando as pessoas passam na pele, têm uma sensação de frescor e essa linha é unissex. Como a maioria dos nossos produtos, pode ser usada por homens e mulheres”, observa a empresária.

Ao falar da originalidade de seus produtos, Veronika aproveita para elogiar o trabalho de toda a indústria brasileira de cosméticos. "Há muita gente séria exportando, preocupada com a sustentabilidade, e oferecendo artigos com diferencial. O Brasil é muito bom nessa área", afirma.

A Gus & Vicki conta com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex/Brasil) para participar de feiras fora do Brasil. Veronika ressalta a importância de eventos como as feiras, mas frisa que para exportar o empresário precisa estar muito bem qualificado. “Não adianta você só participar de uma feira e não ter condições de vender seu produto, afinal é um mercado onde há muita competição, inclusive com as grandes empresas”, alerta.

Veronika também aproveita para elogiar o trabalho desenvolvido pelo Sebrae. Ela revela que a Gus & Vicki surgiu a partir de um seminário Empretec, metodologia aplicada no Brasil pelo Sebrae. “O Empretec é importante para quem sabe o que fazer porém não sabe como fazê-lo”. Dentista de formação, a empresária lembra que desejava seguir carreira na área cosmética mas não sabia por onde começar.

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