Cotações dos grãos devem se estabilizar após altas

Os altos e baixos das cotações internacionais da soja e do milho, que confundem a cabeça do produtor e dificultam a comercialização dos grãos, devem ser menos intensos ao longo da temporada 2011/12. A tendência é que o mercado caminhe de forma mais calma e dê ao agricultor mais estabilidade e segurança para planejar a próxima safra. A avaliação é do analista norte-americano Jack Scoville, vice-presidente do Price Furures Group, de Chicago, que participou Ciclo de Palestras Gazeta do Povo, ontem, em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia.

Para uma plateia de 120 produtores rurais, técnicos e líderes do setor de três estados (Bahia, Maranhão e Piauí), Scoville afirmou que as perspectivas de preço para o próximo ciclo são favoráveis e que os índices devem se firmar em patamares elevados a partir de agora. Alertou, contudo, que isso não significa necessariamente margens mais folgadas para o campo. Segundo ele, os custos de produção também tendem a se estabilizar em médias superiores à histórica.

“O atual período de extrema volatilidade vai começar a diminuir e teremos preços elevados para todos os produtos agrícolas. Mas também precisaremos de mais dinheiro para produzir. Isso quer dizer que a vida vai retornar a um padrão mais estável e o mundo vai começar a crescer novamente de uma forma mais sustentável”, declarou. Apesar de acreditar em um mercado fortalecido para a safra 2011/12, Scoville aconselhou os produtores brasileiros a vender parte da produção com antecedência para aproveitar os bons preços atuais e cobrir os custos de produção. “25% da safra seria um bom porcentual para fixar, principalmente no caso da soja”, recomendou. Para ele, as perspectivas são mais favoráveis para o milho do que para a oleaginosa.

O analista norte-americano explicou que a área do cereal pode não crescer tanto quanto se previa inicialmente nos Estados Unidos e que a soja pode ocupar espaço maior que o esperado pelo USDA, o departamento de Agricultura do país.

Em estados mais ao Norte do país, como as Dakotas, já não há mais tempo para plantar milho e parte da área deve migrar para a oleaginosa. “Por isso, a soja terá dificuldade para ultrapassar máximas anteriores, estabelecidas em 2008, quando foi a US$ 16,50”, concluiu.

Na sua avaliação, os preços da oleaginosa devem oscilar entre uma mínima de US$ 10,50 e máxima de US$ 15,50 o bushel (27,2 quilos) na Bolsa de Chicago ao longo da temporada 2011/12. “Entre US$ 13,50 e US$ 14,00 seria um bom preço para vender”, calcula. Já as cotações do milho, afirma Scoville, devem permanecer sustentadas entre US$ 7,50 e US$ 8,00 o bushel (25,4 quilos).
 

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