Crise na Argentina não deve elevar preços para turista brasileiro

O conflito entre agricultores e o governo da Argentina está causando desabastecimento no país, devido aos bloqueios em estradas feitos pelos ruralistas. A situação, por sua vez, não levará a um aumento de preços nem espantará o turista brasileiro que pretende viajar ao país vizinho.

*A Argentina já teve problemas como este outras vezes e não aconteceu nada de diferente ao turista*, afirmou o diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem), Leonel Rossi Júnior.

Atividade turística
Mesmo com estes problemas encontrados na Argentina, Rossi mantém a expectativa de aumento de vendas de pacotes turísticos para o país vizinho em julho. *O fluxo para a Argentina está alto o ano todo. Esperamos um aumento de vendas de 15%, 20% no máximo, em julho*.

O único estabelecimento em que o turista poderia encontrar problemas, segundo Rossi, é em restaurantes. Entretanto, o diretor da Abav disse que os donos destes empreendimentos já estão se preparando para a falta de alguns alimentos.

Questionado sobre se os protestos poderão impedir o deslocamento de turistas, ele disse que são muito pontuais e que não atrapalham.

Entenda a situação
O conflito entre ruralistas e o governo iniciou-se quando a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, assinou projeto de lei que inclui aumento de impostos às exportações, o qual foi encaminhado ao Congresso. Por isso, desde março, agricultores realizam protestos, bloqueando estradas.

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Na quarta-feira (18), em pedido de desbloqueio das estradas, a presidente disse que *foi para que todos os argentinos possam viver muito melhor* que o governo aumentou os impostos para regular as exportações. *Quando tomei a decisão não foi para prejudicar ninguém*, informou a Agência Brasil.

Já na quinta-feira (19), o chefe de gabinete do governo da Argentina, Alberto Fernández, garantiu que o projeto de lei dos impostos sobre as exportações de grãos será debatido por toda a sociedade, e não apenas pelos ruralistas. Ele disse estar disposto a dialogar com os ruralistas, desde que *não haja bloqueios, ameaças, perseguições e nem gestos grandiloqüentes*.

Abastecimento

O ministro de Energia, Daniel Cameron, afirmou que a falta de combustíveis já atinge as principais cidades do interior e a Grande Buenos Aires. A Associação de Proprietários de Açougues da Capital Federal, por sua vez, diz que a maioria dos açougues não recebeu sequer um grama de carne esta semana, o que pode elevar os preços.

Para a Associação de Supermercados Unidos, a situação já é desesperadora nos principais centros de comercialização. De acordo com ela, os bloqueios afetam todos os produtos, como carnes, lácteos, frutas e refrigerados. Ainda assim, a entidade garante que os preços não deve ser reajustados por causa da queda dos estoques.

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