Vale a pena ser sócio de um amigo?

Com a situação de retração econômica dos últimos anos, o número de empregos informais no Brasil superou a marca de 10 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Como apoio, muitos destes trabalhadores encontram naquelas pessoas mais próximas, como os grandes amigos, a possibilidade de empreender e ter sucesso. Por outro lado, surgem diversos receios de o relacionamento ser abalado com os conflitos diários do trabalho. Afinal, a frase “amigos, amigos e negócios à parte” é uma máxima verdadeira ou é possível ter um negócio saudável e manter uma grande amizade?

Um estudo divulgado neste ano pela Harvard Business Review (HBR) aponta que o trabalho com os amigos pode aumentar a produtividade dos funcionários, pois o relacionamento interno se torna mais descontraído, confortável e repleto de confiança. No entanto, a mesma pesquisa aponta que a distração pode ser um fator negativo caso os amigos empresários prolonguem os momentos de socialização nos horários de trabalho.

Para a Master Coach da Effecta Coaching, Janaina Manfredini, o fato de se trabalhar ou se ter um negócio com um amigo pode ser um problema se as pessoas não souberem separar as coisas, o pessoal e o profissional. Ela destaca que para  dividir um trabalho ou uma empresa, seja com um amigo ou qualquer outra pessoa, é preciso que se tenha em mente as mesmas questões, como objetivos muito bem definidos, valores e princípios concretos e muito diálogo entre os administradores para avaliação das estratégias. “Com respeito, amor e transparência vai funcionar. Qualquer empresa precisa de profissionalismo e gestão”, acrescenta.

Especialistas neste tema, Thalita Meneghim e a Gabie Fernandes, falam com orgulho que há seis anos trabalham juntas e conseguem manter uma amizade saudável paralela à exaustiva rotina empresarial. Ambas já trabalharam juntas em duas empresas antes de iniciarem profissionalmente o negócio próprio com o Canal Depois das 11. Mesmo com as situações estressantes do cotidiano e uma rotina empresarial de mais de 12 horas por dia, ambas garantem que conseguem separar facilmente o trabalho da amizade. “A gente se completa muito. No canal, por exemplo, eu faço os roteiros, enquanto a Thalita cuida da edição. Apesar de ela sempre me dar ideias e de eu também assistir aos vídeos antes de ir para o ar, cada uma é responsável por uma das áreas. Além disso, nossos jeitos de ser também acabam sendo complementares: enquanto eu sou mais tímida e racional, a Thali é mais extrovertida e impulsiva. No fim, essas diferenças acabam ajudando a chegar a um meio-termo que é benéfico para o negócio”, explica Gabie.

Para a dupla, a amizade foi mais do que essencial para a conquista profissional. Thalita e Gabie somam mais de 6 milhões de curtidores nas redes sociais, alcançaram algumas vezes o TT mundial, e recentemente realizaram o sonho de produção de uma peça de teatro, da qual são protagonistas. A turnê Tudo Bacana, que conta a história de ambas e o surgimento do canal, está esgotada em 18 cidades do Brasil. “Nós amadurecemos muito com o negócio tanto profissional quanto pessoalmente. Além de fortalecer a nossa amizade, estamos aprendendo e crescendo uma com a outra. Todos os dias temos de lidar com várias responsabilidades e experiências novas, já que outras pessoas, além de nós duas, estão envolvidas, ou seja, estamos descobrindo como é ser chefe!”, acrescenta Thalita.

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