Educação desafia consumismo infantil

Uma geração de novos consumidores, exigente com preço e qualidade e preocupada com efeitos ambientais –e no bolso– do consumismo exagerado, promete mudar hábitos de consumo no país.

E isso pode acontecer bem antes de esses cidadãos –hoje em idades pré-escolar a até 17 anos– chegarem ao mercado de trabalho.

Escolas paulistanas tradicionais, como Miguel de Cervantes e Arquidiocesano –e futuramente a rede pública, que terá educação financeira no ensino médio a partir de 2012– desenvolvem em sala de aula noções de orçamento familiar, crédito, seguros e investimentos pessoais.

Para desagrado do comércio, a lição número um ensinada às crianças e adolescentes é diferenciar coisas que necessitam (remédios, material escolar) daquilo que desejam (videogames, roupas), mas que podem esperar.

Diferentemente dos pais, que atravessaram anos de consumo represado, os especialistas veem nessa geração um ímpeto menor de se lançar ao consumismo desenfreado, apesar da publicidade.

"Elas veem esse consumismo nas pessoas que conhecem e que enfrentam dificuldades", afirma José Alexandre Vasco, superintendente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que acompanha a implementação do conteúdo na rede pública.

"Procuramos desenvolver um raciocínio crítico na tomada de decisões, que se refletirá em valores, atitudes e comportamentos", diz Vasco.

Na escola estadual Dogival Barros Gomes, na Vila São Carlos (zona sul de SP), que participa do programa piloto de educação financeira, as aulas noturnas do professor Marcelo Alvares são disputadas pelos alunos do terceiro ano do ensino médio.

"A maioria trabalha e, pela primeira vez, tem o seu dinheiro. Eles têm maturidade para guardar e planejar como usá-lo", diz Alvares.
 

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