Educação empreendedora é possível nas escolas públicas

Foto: Pedro Vilela / Agencia i7

Foi para multiplicar um pouco do que aprenderam no Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (NEJ) do Sebrae no Plug Minas que seis ex-alunos se uniram e entraram juntos numa empreitada voluntária: o projeto Embaixadores de Minas. Os jovens, hoje universitários, queriam contribuir de alguma maneira para que outros jovens como eles, oriundos de escolas públicas, tivessem acesso à educação empreendedora. “Tínhamos um sentimento de retribuir para a sociedade aquilo que descobrimos no NEJ: qualquer pessoa pode dar o primeiro passo para transformar a realidade”, conta Guilherme Menezes, um dos fundadores do projeto.

O projeto tem vários programas, sendo o principal deles o Embaixadores na Escola, voltado para alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas da rede pública. “A proposta é fazer com que os próprios estudantes pensem e coloquem em prática soluções para os problemas da escola e da comunidade, transformando o mundo ao seu redor”, explica Guilherme.  “A gente conta histórias de pessoas que inspiraram e mudaram o mundo, e convidamos a perguntar ‘por que não eu?’. Assim, percebem que eles mesmos podem fazer a diferença”, acrescenta Yago Ferreira, outro membro do projeto.

O programa tem início com um diagnóstico da realidade da escola, em seguida começam as atividades com os alunos, divididas em quatro módulos: inspiração, diálogo, mão na massa e reflexão. Todo o processo tem duração média de dois meses, sendo quatro sábados destinados às atividades com os alunos. “São brincadeiras, dinâmicas, histórias inspiradoras e muita conversa. A ideia é criar um diálogo livre para que eles descubram, sozinhos, quais são os problemas e o que podem fazer para mudar. É um espaço que eles não têm dentro da escola”, conta Menezes.

De acordo com os jovens, o principal problema relatado pelos alunos é o bullying, somado a outros como agressão à mulher, drogas, falta de interação entre as turmas, falta de infraestrutura, conservação e sinalização da escola. “Já tivemos alunos que organizaram um movimento para chamar a atenção das autoridades e o resultado foi a implementação da faixa de pedestre na saída na escola. Mas, para nós, o mais importante é a tentativa, é despertar o protagonismo e mostrar que eles podem ser a mudança que querem ter”, destaca o jovem Guilherme.

Em todos os módulos, os Embaixadores buscam trazer atividades que sejam próximas da realidade vivida na escola. O programa, criado em 2013, já foi realizado nas escolas municipais Professor Amilcar Martins, Rui da Costa Val, e recentemente na Escola Municipal Deputado Renato Azeredo, em Belo Horizonte.

A iniciativa foi reconhecida e valorizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 2014, com o prêmio BH Cidade Educadora – Parceiros da Escola Integrada. A premiação reconhece e estimula ações que contribuem com a educação integral das crianças e adolescentes.

Núcleo de Empreendedorismo Juvenil 

Guilherme Menezes, Guilhermina Abreu, Yago Ferreira, Pollyana Costa, Lorena Serra e Brenda Maia são ex-alunos do Núcleo de Empreendedorismo Juvenil, uma ação da Escola de Formação Gerencial (EFG) do Sebrae, que integra o projeto Plug Minas. Durante um ano, os alunos recebem formação técnica em Administração, totalmente gratuita, destinada a jovens egressos da rede pública de ensino. Inaugurado em 2010, o núcleo já formou mais de 800 jovens empreendedores. “Eles nos fazem entender que empreender vai muito além de abrir um negócio. Por meio do empreendedorismo é possível transformar a nossa vida e a realidade ao nosso redor”, conta Guilhermina.

 

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