Empresas agora caçam talentos no Facebook

Objetivo de anunciar vagas nas redes sociais é recrutar um bom profissional mesmo quando ele não estiver pensando em trabalho

Com o desemprego em níveis históricos de baixa, atrair um talento passou a ser uma estratégia de guerra. Agora, o trabalho de buscar profissionais passa a ser ativo, com a transferência de anúncios de vagas de diversas companhias para o Facebook.

Assim, caso o profissional clique em uma página corporativa enquanto estiver comentando o status de um amigo ou publicando uma foto de viagem, ele não precisará sair da rede social para saber as oportunidades que estão abertas. Elas estarão ali.

Um sistema desenvolvido pela empresa Vagas.com.br já está sendo usado por companhias como a construtora Tecnisa e o site de compras coletivas Peixe Urbano. Segundo Luiz Testa, gerente comercial da Vagas.com.br, o aplicativo criado pela empresa simplesmente serve como um espelho do link "trabalhe conosco" do site das empresas. Caso o internauta clique em alguma vaga, com o objetivo de se candidatar, ele é transferido para o site da companhia.

Dispersão. "Vivemos um momento de pulverização da audiência", afirma Testa, lembrando que hoje as pessoas dividem seu tempo entre TV, rádio, jornal e todas as opções de entretenimento e informação oferecidas pela internet. "Antes, era muito mais fácil encontrar o candidato com o perfil. Bastava publicar classificados nos maiores jornais da cidade", lembra. Com o público disperso em diferentes mídias, diz o especialista, a empresa precisa "mostrar a cara" de diferentes formas.

Isso significa publicar as vagas no site da corporação, trabalhar com grandes consultorias de recrutamento, ter presença no LinkedIn, no Facebook e no Twitter. O melhor problema que pode existir é uma procura acima do esperado, como ocorreu no canal da Vagas.com.br no Twitter, que hoje tem 350 mil seguidores. Para facilitar a vida do candidato, a empresa transformou seu perfil institucional em uma página com dicas de carreira. Para a publicação de vagas, criou oito canais distintos, focados em diferentes públicos, como estagiários, trainees, executivos e saúde.

Estratégias. A chegada ao Facebook é só uma das novas estratégias da construtora Tecnisa para atrair um número maior de candidatos. "O novo profissional, da geração Y, acessa muito a internet. Temos de acompanhar todos esses canais, que são uma forma de captar talentos a um custo baixo", diz Marcello Zappia, diretor de recursos humanos da Tecnisa, que entrou na companhia há cinco meses, vindo da Totvs. Zappia diz que a construtora tem um desafio de quantidade: no ano passado, o time da Tecnisa cresceu 30%. Só na área administrativa, conta ele, são cerca de 30 processos seletivos por mês.

Uma outra medida tomada pela Tecnisa para atrair talentos foi o estabelecimento de um prêmio de R$ 250 para o funcionário que indicar um amigo para trabalhar na companhia. O executivo ressalva que o pagamento só é efetuado quando o candidato passa por todo o processo seletivo e completa o período de experiência. "O pagamento é feito no início do quarto mês", explica. A empresa espalhou a novidade em sua página do Facebook: "O post recebeu 2.768 visualizações", conta. Quarenta currículos já chegaram à empresa dentro do programa de indicações, batizado "Criar".

Com forte presença na internet por causa das promoções que anuncia, o site de compras coletivas Peixe Urbano montou uma página específica para o tema carreiras no Facebook. A rede social é usada para captar pessoal para as áreas comercial e de atendimento a cliente, conta Maria Fernanda Ortega, diretora de gente e gestão do Peixe Urbano. "Muitas vezes, as informações e interesses que as pessoas compartilham ajudam mais na seleção do que o currículo, pois essas vagas se direcionam a profissionais iniciantes", explica.

E Maria Fernanda admite que a empresa enfrenta um desafio de quantidade. Hoje, são 900 empregados no Brasil e 1,2 mil na América Latina. E a executiva lembra que aquisições recentes – como o Zuppa, site de reservas em restaurantes – exigirão mais contratações no curto prazo.

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