Endividamento do paulistano tem alta em julho, diz Fecomércio

O nível de endividamento do paulistano apresentou alta de 4 pontos percentuais e atingiu 53% dos consumidores, segundo apurou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em relação ao mesmo período de 2007, quando o indicador era de 57%, houve queda de 3 pontos percentuais. No que se refere ao nível de inadimplência – consumidores com contas em atraso – o índice ficou em 35%, uma pequena elevação de 2 pontos percentuais em relação a junho e queda de 4 pontos percentuais no contraponto ao mesmo período de 2007, quanto atingiu 39%. A PEIC é apurada mensalmente pela Fecomercio junto a cerca de 1.360 consumidores no município de São Paulo.

Segundo a pesquisa, há mais paulistanos com dívidas na faixa de rendimento de até 3 salários mínimos (62%). Já entre os consumidores que ganham de 3 a 10 salários, a porcentagem de endividados é de 59%, enquanto os que ganham acima de 10 salários mínimos, o índice é de 40%. Em relação à inadimplência, a PEIC também mostra que 49% das pessoas com renda até 3 salários mínimos estão com contas em atraso, contra 35% dos que ganham de 3 a 10 salários mínimos, e 15% entre os que possuem renda acima deste patamar.

As recentes pressões inflacionárias, principalmente nos preços dos alimentos e a expansão da oferta de crédito estão entre as causas do aumento do endividamento.

Na análise do comprometimento da renda para o pagamento de dívidas, em julho o índice apresentou queda de dois pontos percentuais, ficando em 30%. A pesquisa mostra ainda que 64% dos consumidores pesquisados declararam a intenção de pagar total ou parcialmente suas dívidas em atraso, contra 67% em junho. Na segmentação por renda, observa-se que a intenção de pagamento é maior entre consumidores que ganham entre 3 e 10 salários mínimos (73%), contra aqueles com rendimentos acima de 10 salários mínimos (67%), e pelos que recebem até 3 salários mínimos (54%).
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Com relação ao prazo médio de comprometimento da renda, a maior incidência é no período de 3 meses a 1 ano (45%). O restante divide-se entre os períodos de até 3 meses (20%) e mais de 1 ano (32%).

Tempo de atraso e motivos
Quando analisado o tempo de atraso das dívidas, constatou-se que para 32% dos consumidores o prazo é de acima de 90 dias, enquanto para 29% o período é de 30 dias. Já para 26% o atraso é de 30 a 60 dias e para os outros 13%, o tempo de atraso das dívidas é de 60 a 90 dias. Quanto aos motivos para a inadimplência, a falta de controle financeiro foi apontado por 33% dos consumidores, seguido pelo desemprego (22%). O cartão de crédito continua sendo o grande vilão das dívidas, segundo 45% dos consumidores, seguido pelos carnês (22%). Quando indagado sobre qual tipo de despesa mais afetou suas dívidas atuais, 23% apontaram gastos com habitação, seguidos por 14% eletrodomésticos e 13% vestuários.

Análise segmentada por sexo e idade
No comparativo por sexo, as mulheres encontram-se mais endividadas que os homens (55% e 52% respectivamente). Quando o assunto é inadimplência, as mulheres também estão à frente dos homens (37% e 33% respectivamente). Já na análise segmentada por faixa etária, os consumidores com idade inferior a 35 anos apresentam-se mais endividados (54%), enquanto os com idade superior registraram 52%. Em relação à inadimplência é maior entre os consumidores menores de 35 anos (36%), contra os mais velhos (33%).

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