A era do compartilhamento

A era digital já virou peça de museu e é coisa do passado. Antes, o grande dilema era o que a tecnologia poderia fazer pelas pessoas. Agora, mudamos a pergunta: o que as pessoas podem fazer com a tecnologia?

Saímos da era da informação e estamos começando a viver a era da participação e do compartilhamento. Pouco a pouco, tornamo-nos protagonistas do tempo da substituição da era industrial, da economia de produção, pela era do conhecimento coletivo. É o fim do mundo compartimentado em departamentos, delimitados por fronteiras, raças e credos, e o início da fase das ideias globais. Sai a economia a vapor e entra a de reputação, e ser jovem nestes tempos não está relacionado à idade, e sim à adaptação às mudanças.

O mundo conectado, compartilhado e em rede está repensando o poder, a força de trabalho, a competição, os modelos de negócios, o estilo de vida, a continuidade do planeta, as novas possibilidades, as audiências, os mercados, o capitalismo criativo, a inovação acelerada, enfim, os pilares de uma nova sociedade.

Neste turbilhão da vida moderna, em que o bem mais escasso é o tempo, já existem milhões de loucos chapeleiros, pessoas completamente ocupadas, mas que, ainda assim, encontram tempo para compartilhar com a humanidade. O que as motiva não é o dinheiro ou reconhecimento, mas a sensação de estar inseridas no mundo, de abandonar a caixinha da mesmice, de se expressar, transformar e trocar ideias que merecem ser espalhadas.

Agora, em rede, vivemos o começo do tempo de generosidade coletiva. Nessa nova ordem, resolveremos finalmente o dilema da colaboração versus a competição e passaremos a gerar riquezas a partir da sabedoria das multidões, a entender como promover a participação sem envolver dinheiro.

Para essas pessoas existe alegria de fazer algo em benefício do outro, em colaborar. São milhões de horas de trabalho voluntário, editando sites, blogs, comunidades e posts de educação, empreendedorismo, negócios, política, economia criativa, alimentação, qualidade de vida, artes e música. A sociedade individualizada está com os dias contados. O novo símbolo do status quo é a generosidade.

Gil Giardelli é CEO da Gaia Creative.

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