Executivo admite falhas em fusão de Santander e Real

Em fevereiro, quando houve o início de processo da unificação, clientes do Banco Real enfrentaram problemas com os serviços bancários pela internet

O vice-presidente executivo de Marca, Marketing, Comunicação e Interatividade do Santander, Fernando Martins, admitiu que os problemas registrados durante o processo de integração com o banco Real superaram a expectativa prevista inicialmente. "Não vamos fazer vista grossa. Houve turbulências na fase de transição", afirmou. O Santander, porém, se mobilizou para resolver os problemas o mais rápido possível, disse Martins, durante palestra na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

Em fevereiro, quando houve o início de processo da unificação, clientes do Banco Real enfrentaram problemas com os serviços bancários pela internet em função da integração da base de dados da instituição com o Santander. A espera para pagar uma conta por telefone chegou a 25 minutos. Segundo Martins, alguns problemas foram técnicos, mas outros foram de ambientação do cliente com o novo sistema.

Apesar dos problemas registrados, o executivo avalia que a migração foi um sucesso, tendo em vista o grande porte da operação, que unificou uma carteira de 10 milhões de clientes de Santander e Real. Martins informou ainda que, no último final de semana, o banco concluiu a última etapa da integração ao promover os últimos ajustes em sistemas de gestão de pagamento de médias e grandes empresas.

Comando

A mudança no comando do Santander Brasil efetuada este ano tem como objetivo aproximar a instituição brasileira da matriz do grupo espanhol, na avaliação de Fernando Martins. Em fevereiro, o espanhol Marcial Portela assumiu a presidência no lugar de Fábio Barbosa, que passou a presidir o conselho de administração do Santander Brasil.

Segundo Martins, passado o trabalho de integração do banco com o banco Real, o objetivo agora é aproximar a instituição da matriz do Santander, visto que hoje a divisão brasileira já representa 25% do lucro do grupo Santander no mundo. "Quem melhor que um espanhol que conhece o banco por dentro para fazer isso?", afirmou Martins ao se referir ao trabalho que Portela pode implementar na instituição.

Martins classificou como uma "oxigenada" na gestão as trocas de cadeiras promovidas após Portela passar a comandar o banco. Segundo ele, estas mudanças são normais em todas as instituições financeiras e não tiveram nenhuma relação com o processo de integração com o banco Real.

Em março, o Santander anunciou que o vice-presidente executivo sênior, José Berenguer, antes responsável pela área de Atacado, que inclui os segmentos de empresas e relação com investidores, passa a responder pelas operações de Varejo. José Paiva, que liderava a área de Varejo, deixou o banco após 26 anos. Com as mudanças, os responsáveis pelas áreas de Atacado (Ignacio Dominguez Adame), Empresas (João Consiglio) e Financeira (Félix Cardamone), passam a se reportar ao presidente Marcial Portela.

 

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