Gasto com refeição fora de casa pode consumir boa parte do orçamento

Refeição fora de casa só é vantajosa para quem mora sozinho; o consumidor pode gastar em média até R$ 13 mil por ano em bares e restaurante 

Almoço de R$ 20 de segunda-feira a sexta-feira: R$ 5,2 mil por ano. Jantar de R$ 60, duas vezes por semana: mais R$ 6,24 mil. Tem ainda o happy hour de R$ 30 uma vez por semana: outros R$ 1,56 mil. Se esses números forem parecidos com o que você desembolsa, R$ 13 mil dos seus ganhos são deixados em bares e restaurantes anualmente.

Comer fora de casa está caro. Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV/SP) diz, porém, que nem sempre é mais vantajoso preparar a própria comida em casa. Para tentar calcular a diferença, ele diz que é preciso saber, dos assalariados, qual o valor do salário por hora.

Levando-se em conta que o salário por hora seja de R$ 20, se a pessoa gastar uma hora e meia para comer em casa, só aí já são R$ 30. "E ainda tem de comprar a comida, fazer o preparo, lavar a louça. Portanto há mais gastos."

Em média, o professor da FGV estima que quem mora sozinho tem uma economia de 20% no orçamento quando opta por comer fora de casa. "Quem mora sozinho gasta mais com o preparo individual", comenta. Ele diz, no entanto, que o gasto é diluído quando o almoço é preparado para uma família.

Ainda de acordo com Dana, é interessante que as pessoas identifiquem seus hábitos de consumo. Se a escolha for por um restaurante mais nobre, o custo de uma refeição será bem mais elevado, o que pode tornar a opção de comer fora de casa inviável financeiramente. "Quando falamos em comer fora, temos de supor que não seja um restaurante de luxo nem que tenha uma culinária requintada. Não adianta comparar produtos diferentes."

Aplicativo. Para saber exatamente quanto é gasto fora de casa com alimentação, o site de compra coletiva Bom Proveito (que se apresenta como o primeiro portal desse tipo a oferecer apenas opções gastronômicas) lança hoje a calculadora "Garfômetro". "É um aplicativo do Facebook", antecipa Ivan Martinho, sócio-diretor do Bom Proveito.

Ele explica que o mecanismo é simples. "As pessoas preenchem o campo de almoço (quantas vezes e quanto gasta em média para almoçar fora durante a semana) e jantar (quantas vezes e quanto gasta em média para jantar fora durante a semana). Pronto, daí já dá para ter o gasto anualizado."

A intenção da ferramenta, segundo Martinho, é despertar a consciência sobre a importância de haver educação financeira e, ao mesmo tempo, mostrar como é grande o desembolso com alimentação. "Aproveitamos o gancho oferecendo nossos cupons de restaurantes que têm descontos de 50% até 90%."

Caio Torralvo, professor da FIA, concorda que o aplicativo é uma boa ferramenta de estímulo à educação financeira. "É legal que haja esse controle. A gente só gerencia aquilo que mede. O aplicativo vem, com certeza, com a intenção de ajudar."

 

 

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