General Motors amplia produção onde salário é menor

A montadora norte-americana General Motors (GM) decidiu que São Caetano do Sul, no ABC paulista, ficará com o projeto de ampliação da linha de montagem para produção extra de 50 mil carros este ano. A medida exigirá a criação de um terceiro turno de trabalho e a contratação de 600 funcionários. A GM optou por essa fábrica após a proposta de redução de salários feita aos trabalhadores da filial de São José dos Campos (SP), para onde iria o investimento, ter sido rejeitada.

A indústria automobilística bate recorde de produção, opera perto do limite da capacidade e há filas de espera para novos carros, mas, ainda assim, as montadoras impõem corte de benefícios e salários para liberar investimentos em aumento de produção e novos produtos. Em troca, oferecem manutenção ou geração de vagas.

Inicialmente, a GM queria ampliar a linha do modelo Corsa em São José, que opera em um turno. A produção extra exigiria o segundo turno e 600 empregos por prazo de um ano. A empresa, porém, propôs pagar salários menores que os atuais para novos contratados e criar um banco de horas, opções recusadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos local. A idéia era equiparar os salários dos novatos aos dos funcionários de São Caetano, cujo piso inicial é de R$ 1,2 mil, valor acertado entre a GM e o sindicato local há três anos.

"A palavra de ordem é competitividade", diz o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto. "A ameaça da China já não é mais ameaça, eles estão chegando e temos de estar preparados." O executivo ressalta ainda que a concorrência é grande dentro do País. "Há alguns anos tínhamos quatro montadoras, agora temos 17."

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