Geração Z traz desafios para líderes de empresas brasileiras

Amplamente conectados, hiperativos, ligados ao feedback e ao protagonismo. As características da geração Z, nascida a partir dos anos 2000 já é uma realidade na rotina das empresas brasileiras. E ela traz grandes desafios para as lideranças, que muitas vezes convivem com até três perfis distintos e precisam atuar em busca de um resultado em comum.

Roberto Vilela, consultor empresarial que há mais de 20 anos atua em empresas de médio porte no país, sabe que essa é uma questão cada vez mais comum. Além da sucessão familiar, que muitas vezes traz um choque de cultura no patamar hierárquico mais alto das organizações, a diferença de perfis é sentida em todos os níveis de gestão. Para ele, garantir o bom andamento da rotina e o sucesso no dia a dia dos negócios depende, em boa parte, das ações dos gestores.

De acordo com Roberto, um dos grandes aliados para manter o time motivado é o feedback. “É preciso, cada vez mais, ouvir o que o profissional tem a dizer e a maneira como cada um pode contribuir com o negócio. Não há mais o papel daquele gestor que apenas impõe regras. Ele precisa estar disposto a construir a liderança junto com o seu time e entender como motivar cada geração. Muitas vezes o clima organizacional e a oportunidade de contribuir na tomada de decisão tem peso maior do que o próprio reconhecimento salarial”, avalia.

Segundo o consultor, respeitar a individualidade de cada membro da equipe é importante. “As gerações têm maneiras diferentes de agir e acabam chegando ao resultado esperado. Isso não significa que esteja errado e é importante que o gestor entenda que cada um tem sua personalidade. Desde que se chegue ao planejado, mantenha-se o foco e os propósitos que movem a empresa, essa heterogeneidade de perfis só agrega”, diz.

Choque entre iniciativa e formação
Como acabou de chegar ao mercado, nem sempre a geração Z conta com a formação necessária para ocupar cargos mais estratégicos. No entanto, muitos jovens compensam a imaturidade no que diz respeito à experiência, na iniciativa e na produtividade

“São perfis multitarefas. Estão atendendo clientes, navegando nas redes sociais, lendo novidades do setor e ainda assim entregando as demandas. Nem sempre sabem até onde podem ir no que diz respeito às contribuições dentro de uma empresa. Acabam extrapolando estes limites e é aí que o gestor deve ter bom senso ao agir. O líder deve entender que precisa impor regras e limites sem desmotivar esse tipo de profissional. O fato de ser proibido, de certa forma, de contar com algumas informações ou de ter sua atuação limitada muitas vezes é fator de desmotivação”, comenta.

Por fim, o consultor empresarial indica que a liderança crie grupos de trabalho diversificados. “Cada geração contribui de uma forma e se forem bem administradas, podem crescer juntas. A experiência dos baby boomers e o equilíbrio da geração X, somados à iniciativa da geração Z e ao preparo da Y forma um time capaz de superar diversas barreiras. Cabe ao gestor saber lidar com os conflitos com transparência, ouvidos abertos e ambiente colaborativo”, conclui.

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