Governança, redução de custos e domínio da informação nas instituições financeiras: é possível?

Antes de falarmos de governança, redução de custos e domínio da informação, é preciso entender que as grandes mudanças na área de tecnologia nas instituições financeiras são sempre motivadas por fatores que afetam o mercado como um todo. Foi assim no início da informatização do setor financeiro, quando os gestores de bancos compreenderam a necessidade de criar as áreas de Tecnologia da Informação (TI). Também em virtude do “Bug do Milênio”, em 2000, as instituições financeiras começaram a discutir a desmobilização do mainframe (computador dedicado ao processamento de um grande volume de informações).

Em virtude da crise financeira global de 2008 e 2009, a cobrança dos acionistas por maior governança e transparência, além da regulamentação do Banco Central a partir da adoção dos Padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras (IFRS), exigiram que as instituições financeiras olhassem para dentro do seu parque de TI e fizessem as seguintes perguntas:

As aplicações vigentes estão prontas para atender todas as mudanças legais que estão sendo impostas pelo Banco Central? Qual o esforço de tempo e dinheiro para colocar todo o parque de TI dentro das exigências legais?

Executar mudanças tão profundas apenas para atender exigências legais não será de fácil aceitação para qualquer comitê executivo. Para justificar uma mudança tão profunda, é necessário agregar mais valor a este processo, e este é o momento para se discutir a adoção de um sistema de plataforma integrada para as instituições financeiras, que vai proporcionar ganhos como: maior governança, redução de custos e domínio da informação.

Redução de custos – Nas instituições financeiras, de forma geral, a TI é vista como uma área que só gera custos, não faz parte do core business. Ou seja, reduzir custo é regra para a área de TI nas instituições financeiras. Porém, a forma mais rápida para reduzir custos é a demissão, e nem sempre é a melhor forma ou a mais inteligente.

Ao longo do tempo, a área de TI foi se “inchando” de vários aplicativos que, no primeiro momento, atendiam a necessidades específicas de uma área. Posteriormente, a integração entre aplicações e a gestão da informação fragmentada em diversas aplicações obrigaram a criação de equipes para extrair informação de aplicativos e consolidá-las em planilhas ou outros sistemas.

Nos dias de hoje, é possível encontrar equipes na área de TI que estão focadas não apenas em entender o usuário, e sim o sistema. Esta situação vem gerando alto custo para as instituições.

Como justificar uma mudança tão grande se TI não é considerada core business nas instituições financeiras? Com a adoção do IFRS e com a exigência cada vez maior pelos órgãos reguladores, este é o momento ideal para justificar uma mudança de plataforma.

Mudar o ambiente de aplicações heterogênias para um sistema de plataforma integrada permite que as equipes de TI possam realmente se dedicar a atender ao usuário de forma mais rápida e consistente, disponibilizando a informação necessária para a tomada de decisão em tempo hábil.

Também é possível delegar para um parceiro o cuidado com o sistema, diminuindo o custo direto com recursos humanos e melhorando a qualidade do serviço prestado ao usuário final. Resolver falhas do sistema e aplicar notas de ajustes ou atualizações não são mais preocupações da área de TI, e sim uma obrigação do parceiro.

Domínio da Informação – Mais uma vez, obrigados pelas mudanças impostas pelos órgãos reguladores em virtude da adoção do IFRS, é obrigatório ter domínio da informação. Mas como fazer isso com uma plataforma de aplicações de várias tecnologias diferentes e que na maioria das vezes não se comunicam? Adquirir mais recursos para integrar as aplicações?

A concorrência entre as instituições financeiras, principalmente as de pequeno e médio porte, está cada vez maior. Por esse motivo, a necessidade do domínio da informação para a geração de negócio, não apenas consistente, mas também em tempo hábil, é cada vez maior. Além de ser fundamental para a tomada de decisão, é um diferencial no tratamento ao cliente.

Com um sistema de plataforma integrada, é possível ter a visão 360o do cliente. Não apenas a visão por área, mas também por processo. É possível ter a visão do primeiro contato com o cliente, utilizando uma ferramenta de CRM, passando pela análise de crédito, formalização do contrato, gestão e contabilização do mesmo. Tudo em uma única plataforma.

Governança – Todos os outros pontos apresentados culminam na melhora de governança Porém, um sistema de plataforma integrada pode ir muito além. Com um sistema de plataforma integrada é possível visualizar a evolução das atividades em cada uma das áreas.

A busca pela transparência nas informações fica mais palpável em um sistema de plataforma integrada. As informações seguem um fluxo de processo que não é interrompido por consolidações ou ajustes devidos a incompatibilidade de tecnologia.

É possível ter visões integradas dos ativos humanos, financeiros, físicos, de propriedade intelectual, de informação e de relacionamento. Ao invés da instituição financeira ter uma equipe só para tratar aplicações, ela delega isso ao parceiro que desenvolveu o sistema de plataforma integrada e se preocupa apenas com sua verdadeira vocação: atender ao usuário.

A partir da adoção de um sistema de plataforma integrada, além de atender a todas as exigências dos órgãos reguladores, as instituições financeiras terão ganhos reais com o domínio da informação, tendo a informação consistente e disponível em tempo hábil e redução dos custos de forma inteligente, focando as equipes de TI no atendimento ao usuário e culminando em uma governança real.

Os resultados são a gestão de todas as áreas da instituição financeira e a transparência nas informações disponibilizadas ao mercado.

Anderson Thomaz é arquiteto de soluções da Logica, provedora global de serviços de TI

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