Governo da Argentina libera exportação de carne

O governo argentino decidiu ceder em pelo menos uma das reivindicações dos ruralistas: vai liberar as exportações de carne bovina, que estavam travadas há duas semanas, e vai aumentar a cota permitida para exportar, passando de 500 mil para 550 mil toneladas anuais. Em troca, os dirigentes das entidades rurais tiveram de assinar um acordo que garante o abastecimento doméstico com preços acessíveis. O acordo foi assinado na noite de ontem, depois de uma reunião que durou quase cinco horas com o chefe de Gabinete da Presidência, Alberto Fernández.

Fernández foi obrigado a liderar pessoalmente as negociações, que estavam à beira do colapso, após a intervenção ameaçadora do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, na última terça-feira (dia 15). O chefe de Gabinete apresentou uma proposta para tentar salvar o diálogo. Porém, o acordo não implica um grande avanço nas negociações, mas evitou o fracasso do diálogo e a possibilidade de interrupção da trégua dada pelos produtores no mês passado. O cenário de um novo locaute era quase certo até ontem, antes da reunião entre Fernández e entidades.

As exportações de carne, que estão travadas por ordem de Moreno, serão liberadas a partir da próxima segunda-feira (dia 21). Os ruralistas também conseguiram que fique de fora da nova cota de 550 mil toneladas anuais, a carne vendida em conserva, que não é consumida pelos argentinos. A cada 15 dias haverá uma reunião do setor para monitorar o andamento do acordo e para ir encontrar soluções que visem aumentar a oferta de carne no país, que consume 70 quilos anuais/por habitante. O objetivo é desenvolver uma política para o setor.

Outros produtos

As questões relacionadas ao trigo, leite e, especialmente às retenções (os impostos de exportações aplicados para os grãos e outros produtos exportados), continuarão sendo discutidas.

O governo sabe que precisa correr contra o relógio para entrar em acordo sobre todos os pontos apresentados pelos ruralistas. Caso contrário, no dia 2 de maio, se não houver uma resposta favorável ao setor, os agricultores estão dispostos a voltar ao locaute.

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