IGP-M mostra início de estabilidade dos preços de grãos

Os avanços de preços nas principais matérias-primas (commodities) agrícolas no atacado perderam força ou já dão mostras de começo de estabilidade, na primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Segundo ele, na passagem da primeira prévia do IGP-M de maio para igual prévia neste mês, houve fim de elevação de preços em trigo (de 1,77% para -0,50%); e milho (de 3,38% para -4,97%), e forte desaceleração de preços em arroz em casca (de 32,76% para 9,17%). Além disso, o preço da soja, embora em aceleração, não avançou tanto quanto em apurações anteriores do índice (de 1,07% para 1,17%). "Nesse exato momento, há uma ”trégua” na elevação de preços dos grãos", comentou o economista.

Quadros observou que essa informação é muito importante, visto que esses itens têm uma longa cadeia de derivados muito consumidos no varejo. O economista não descartou desacelerações de preços no arroz, no pão francês e na farinha de trigo, nas próximas apurações do índice. "Pelo menos no caso dos agropecuários no atacado, pode-se notar que as elevações de preços estão menos disseminadas, e mais concentradas", afirmou.

Entre as elevações de preços expressivas no atacado, que ajudaram a puxar para cima a inflação no setor, está a aceleração de preços em bovinos (de 2,63% para 4,43%). Esse comportamento dos bovinos influenciou o fim da queda de preços de outras carnes, como aves (de -0,26% para 0,86%) e suínos (de -1,92% para 6,77%).

O economista comentou que, nesse cenário, é possível esperar novas elevações de preços nas carnes no varejo. Na passagem da primeira prévia do IGP-M de maio para igual prévia em junho, já houve aceleração de preços em carne bovina (de 1,16% para 3,55%) para o consumidor. "Os preços das carnes estão subindo, e podem continuar a subir por um tempo", disse, informando que as altas de preço nesse produto não estão dando mostras de perda de força, por enquanto.

Facebook
Twitter
LinkedIn