Inadimplência das empresas cai 2,7% nos cinco primeiros meses do ano

A inadimplência das empresas brasileiras registrou queda de 2,7% nos cinco primeiros meses de 2008, na comparação com o mesmo período de 2007, de acordo com o Indicador Serasa de Inadimplência – Pessoa Jurídica, divulgado nesta quarta-feira (25).

Já na comparação entre o quinto mês do ano passado e o de 2008, a queda foi de 7,5%. No confronto entre maio e abril deste ano, por sua vez, foi registrada queda de 0,3% da inadimplência das empresas.

Tipo de dívida

Analisando o período entre janeiro e maio de 2008, os títulos protestados ficaram com 42,3% de participação na inadimplência das empresas brasileiras. O percentual ainda é o maior de todos, sendo superior também ao apresentado no mesmo período de 2007 (39,8%).

Na segunda colocação, aparecem os cheques sem fundos, com representatividade de 38,5%. No ano passado, o peso na inadimplência desta categoria era ligeiramente maior, de 38,6%.

As dívidas com os bancos, por sua vez, representaram 19,2% do total nos cinco primeiros meses do ano. No mesmo período de 2007, essa modalidade contribuía com 21,6% da inadimplência das empresas.

Valor das dívidas

Se o peso das dívidas com o sistema financeiro foi o menor no total da inadimplência, o mesmo não aconteceu com os valores destas ocorrências: a média dos débitos atingiu R$ 4.456,91 nos primeiros cinco meses do ano, o que representa um crescimento de 8,7% frente ao mesmo período de 2007.

Já a dívida média referente aos títulos protestados ficou em R$ 1.473,08 no período analisado (+2,7% em um ano). Os cheques sem fundos, por sua vez, registraram uma média de R$ 1.273,60 no período analisado, sendo que houve avanço de 12,4% na mesma base comparativa.

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Análise da situação

Segundo os técnicos da Serasa, a queda da inadimplência das pessoas jurídicas, no período de janeiro a maio de 2008, é decorrente do nível de atividade da economia doméstica que, apesar da relativa acomodação neste início de ano, ainda permanece positivo em relação ao mesmo período de 2007.

O quadro tem permitido a melhora do fluxo de caixa das empresas, o que, conseqüentemente, favorece o pagamento dos fornecedores e a quitação dos financiamentos e empréstimos tomados para atender às necessidades de capital de giro e de investimentos.

O movimento é confirmado pela comparação mensal, visto que houve queda interanual de 15% do indicador em março e de 7,5% em maio deste ano, ante iguais meses de 2007. Embora os protestos continuem como os mais representativos da inadimplência, a participação das dívidas com os bancos caiu 2,2 pontos percentuais, de 21,5% em maio de 2007 para 19,3% em maio de 2008. A pesquisa deixou claro também que as empresas estão se financiando com seus fornecedores (crédito mercantil).

Alerta aos empresários

Segue o alerta de que a inadimplência do consumidor se mantém elevada, o que pode respingar na tesouraria e na rentabilidade das empresas menos organizadas financeiramente – aquelas que concedem o crédito de forma inadequada, causando sua própria inadimplência. Isso ocorre, sobretudo, nas micro, pequenas e médias empresas.

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