Índice de pobreza na América Latina cai para 35,1% e atinge 190 milhões de pessoas

O número de pessoas pobres nos países da América Latina, incluindo o Caribe, reduziu de 194 milhões, em 2006, para 190 milhões no ano passado. Isso de acordo com o que o Relatório Anual 2007, publicado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) no último domingo (06).

O índice de pobreza caiu de 36,5% em 2006 para 35,1% no ano passado. Considerando as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, a queda foi 71 milhões para 69 milhões no período analisado, uma redução de 13,4% para 12,7% da população latino americana.

Segundo o BID, essas taxas são as mais baixas desde a década de 1980, e o número de pobres encontra-se no patamar mais baixo em 17 anos.

Objetivo de Desenvolvimento do Milênio

Ainda segundo a instituição, a América Latina avançou 87% no objetivo de reduzir a pobreza em 50% até 2015, considerando os índices de 1990. Esse é o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.

Estimativas indicam que o Brasil, além do Chile, Equador e México, alcançou o objetivo, enquanto Colômbia, El Salvador, Panamá, Peru e Venezuela estão avançando em um ritmo mais rápido do que o necessário para cumprir o objetivo até 2015. Já a Argentina, a Bolívia, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Uruguai estão atrasados.

No caso da Argentina e Uruguai, a redução da pobreza acelerou-se nos últimos anos, porém, com a crise financeira, esses países passaram a enfrentar dificuldades para atingir o objetivo.

Desemprego

O relatório também mostrou que houve redução no desemprego, de 8,6% para 8% entre 2006 e 2007. Porém, ressalta que a queda foi mais lenta que em outros anos.

Argentina, Colômbia e Venezuela foram os países que apresentaram as maiores reduções. Já o Brasil e a Colômbia tiveram as taxas mais altas. Para o BID, as rígidas leis salariais e altas indenizações trabalhistas, além de outros encargos cobrados nos dois países, dificultam a criação de empregos.

O Banco também destaca que, apesar da redução do desemprego e da pobreza, ainda há grandes desafios para a política trabalhista e social na região. Para a instituição, o progresso dependerá muito mais de reformas estruturais e de políticas setoriais do que de políticas ou variáveis macroeconômicas.

Muitos países ainda não reformaram o sistema de seguridade social e legislação trabalhista, o que poderia melhorar a proteção ao trabalhador e aumentar o emprego formal. O BID destaca o Chile como uma exceção entre os países latino americanos, por estar realizando uma reforma no sistema de pensões, com objetivo de aumentar a cobertura e expandir as opções à disposição de diferentes grupos de trabalhadores.

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