Inflação da baixa renda sobe mais em abril por alimentos

Sob pressão dos alimentos, a inflação dos mais pobres subiu mais em abril que a variação de preços das demais classes de renda e a perspectiva é que a tendência continue em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.

No mês passado, os indicadores da baixa renda acumulados no ano e em 12 meses bateram recorde da série iniciada em 2004.

O índice de preços que mede a inflação para as famílias com renda até 2,5 salários mínimos (IPC-C1) subiu para 0,97 por cento em abril, ante 0,66 por cento em março, ficando acima do IPC-Brasil que foi de 0,72 por cento.

"Como a alimentação tem sido um destaque de alta esse ano, o consumidor de mais baixa renda está sentindo um forte peso no bolso", disse a jornalistas o economista da FGV André Braz, ao destacar que enquanto os alimentos pesam 40 por cento no IPC-C1, no IPC-Brasil o peso é de 30 por cento.

"Eles representaram quase 80 por cento da taxa de abril. No ano, a contribuição dos alimentos na taxa da baixa renda nunca foi inferior a 50 por cento", destacou Braz.

Em abril, os destaques de alta foram produtos com muito peso na composição da cesta básica das famílias de menor poder aquisitivo. Entre eles, pão francês, macarrão, leite, arroz e carne moída.

Esses produtos continuam com tendência de alta nos últimos cinco dias do mês, frisou o economista da FGV. "Ao olhar para o atacado, para a tendência de ponta, ainda há impacto para chegar. As commodities se mantêm subindo no cenário externo. Para maio o sinal é de alta, mas depois temos que aguardar como será o impacto da safra na América do Norte sobre o preço dos alimentos", avaliou Braz.

Além de serem os maiores da série, os indicadores acumulados no ano e em 12 meses do IPC-C1 também superam as taxas do IPC-Brasil. No primeiro quadrimestre a inflação da baixa renda soma 3,19 por cento ao passo que a variação de preços das demais classes fica em 2,16 por cento. A taxa em 12 meses dos mais pobres é de 6,84 por cento enquanto que a do IPC-BR é de 4,95 por cento.

Ao longo de 2008, a maioria dos itens que mais subiram na cesta de compras da baixa renda tem insumos cotados no mercado internacional.

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