Inflação pelo IGP-DI sobe 1,89% e tem maior alta desde 2003

A inflação medida pelo IGP-DI subiu 1,89% em junho ante alta de 1,88% em maio, segundo informou nesta quarta-feira, 9, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Trata-se da maior taxa registrada nesse tipo de indicador desde janeiro de 2003, quando apresentou elevação de 2,17%. A taxa ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, que esperavam um resultado entre 1,76% e 2,02%, mas foi superior à mediana das expectativas (1,86%).

No mês passado, as altas de preço mais expressivas, no atacado, foram apresentadas por soja em grão (10,17%); bovinos (11,29%); e aço semi-acabado ao carbono (14,51%). Já as mais expressivas quedas de preço, no atacado em junho, foram registradas nos preços de laranja (-10,81%); telefones celulares (-4,66%); e tomate (-6,15%).

Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é usada como indexadora das dívidas dos estados com a União. Até junho, o IGP-DI acumula elevações de 7,14% no ano e de 13,96% em 12 meses. O período de coleta de preços para o IGP-DI de junho foi do dia 1º a 30 do mês passado.

No caso dos três indicadores que compõem o IGP-DI de junho, o Índice de Preços do Atacado (IPA-DI) subiu 2,29% em junho, ante aumento de 2,22% em maio. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) teve elevação de 0,77% em junho, em comparação com o avanço de 0,87% em maio. Já o Índice Nacional de Construção Civil (INCC-DI) subiu 1,92% em junho ante taxa positiva de 2,02% em maio.

Os preços dos produtos agrícolas no atacado tiveram alta de 3,88% em junho, em comparação com o aumento de 2,47% em maio. Em 12 meses, esses produtos registram elevação de 37,91% em 12 meses até junho. Já os preços dos produtos industriais, no atacado, registraram elevação de 1,69% em junho, ante alta de 2,13% em maio. Os preços desses produtos registram aumento acumulado de 11,58% em 12 meses até junho.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva,os preços das matérias-primas brutas registraram elevação de 3,33% em junho, ante avanço de 2,96% em maio. Elas acumulam elevação de 38,89% em 12 meses até junho.

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Varejo

No varejo, a desaceleração na taxa do IPC-DI, de maio para junho (de 0,87% para 0,77%), foi influenciada principalmente por inflação mais fraca nos preços do grupo Alimentação (de 2,33% para 1,85%), no período. Isso porque houve desacelerações de preços em hortaliças e legumes (10,20% para 0,83%), panificados e biscoitos ( de 5,12% para 1,61%) e laticínios (1,56% para 0,66%).

Na análise feita pela FGV sobre os produtos do varejo, porém, as altas de preço mais expressivas continuaram sendo registradas pelos alimentos. São elas: carne moída (10,81%); arroz branco (12,55%); e batata-inglesa (9,38%). As mais expressivas quedas de preço, por sua vez, foram apuradas em mamão da Amazônia – papaya ( -25,21%); tarifa de telefone residencial (-0,91%); e laranja pêra (-7,25%).

Construção civil

A desaceleração na taxa do INCC-DI (de 2,02% para 1,92%) foi influenciada por inflação mais fraca no setor de mão-de-obra (de 2,50% para 2,25%), de maio para junho. As mais expressivas elevações de preços, na construção civil em junho, foram apuradas em ajudante especializado (2,32%); aço CA-50 e CA-60 (5,62%); e servente (2,34%). Já as mais significativas quedas de preços foram registradas em condutores elétricos fio/cabo (-1,77%); tubos e conexões de PVC (-1,14%); e eletroduto de PVC (-0,82%).

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