Juarez Filho, diretor presidente da Ourominas, conta como chegou ao sucesso

Venho de uma família de 11 filhos e tive uma infância humilde. Trabalhei com meu pai no plantio de fumo e cana até os 14 anos. Depois trabalhei nas lojas Pernambucanas e, com 18 anos, consegui um emprego no Banco Itaú, onde trabalhei durante dois anos, ao mesmo tempo em que fazia bicos de empacotador de cereais e DJ nas festas aos fins de semana (naquele tempo se chamava discotecário).

Nessa época, um dos meus dez irmãos, o Zelo, se mudou para o Mato Grosso, foi quando eu decidi fazer um financiamento, pedir demissão e ir atrás dele. Chegando no Mato Grosso, me apaixonei pelo lugar, em especial pela região do ouro.

Zelo trabalhava em Paranaíta na área de mineração junto com muitos outros garimpeiros. As condições na região eram muito precárias, vivemos sem luz, sem televisão, com muito mosquito e com muitas doenças, principalmente a malária. Todos esses fatores favoreciam para a nossa desistência, porém a vontade de superação era maior. Começamos comprando e vendendo ouro para empresas, até que um dia um fiscal – Dr. Valderedo – nos orientou e disse para abrirmos uma empresa para dar continuidade no que fazíamos e foi esse o marco de criação da Ourominas, em 1983.

Os desafios nesse setor sempre foram grandes, tendo em vista que a área de produção mineral de metais nobres no Brasil sempre foi muito inconstante, com frequentes mudanças na legislação e pesados impostos na mineração, o que traz muitos desafios para o empresário do setor. Mas nós perseveramos e hoje somos uma das maiores empresas de ouro e câmbio de moedas estrangeiras do país, com mais de 50 lojas espalhadas pelo Brasil.

Recentemente realizei mais um sonho, um projeto de aproximadamente 10 anos se tornou realidade, lancei um equipamento de separação de ouro a seco que torna mais sustentável a extração do minério, sem a necessidade de usar água ou produtos tóxicos como mercúrio e cianeto.

É muito gratificante para quem viveu no garimpo poder contribuir com a mineração, para que ela seja mais lucrativa sem trazer prejuízos para a saúde dos garimpeiros e para o meio ambiente. Na minha opinião a chave para o sucesso, significa ir além do que se imagina, seja qual for a sua função.

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