Mercado assimila bem possível fusão de Bovespa e BM&F

O mercado assimilou bem a possível fusão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que se for concretizada constituiria a segunda ou terceira do tipo no mundo, disseram hoje analistas do setor.

O economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, afirmou à Agência Efe que o mercado está vendo "com bons olhos esse possível negócio".

"É um aumento de produtividade com o grau de eficiência para aumentar a capacidade de captar investimentos externos", acrescentou.

A fusão foi anunciada na terça-feira em comunicado no qual as instituições disseram que estabeleceram um prazo de 60 dias para concluir as negociações necessárias.

A Bovespa abriu seu capital em 26 de outubro do ano passado, quando colocou à venda ações no valor de R$ 6,625 bilhões.

A BM&F seguiu os mesmos passos e abriu seu capital em 30 de novembro com a venda de papéis por R$ 5,984 bilhões em ações.

Caso se concretize, a fusão criaria a décima maior empresa do Brasil e, por volume de capital negociado, "a segunda ou terceira Bolsa de negociações no mundo", segundo Agostini.

Segundo os preços das ações de ambas as bolsas, as companhias teriam um valor de mercado conjunto de R$ 35,250 bilhões.

Com isso, superaria, entre outras, a siderúrgica Gerdau, a fabricante aeronáutica Embraer e a operadora de telefonia celular Vivo, segundo cálculos de analistas.

Agostini considerou ainda que a fusão "aumenta a musculatura para que o país possa enfrentar problemas futuros".

"Isto (a possível fusão) estimula, acelera a chegada de novas empresas no mercado de ações", acrescentou Agostini, que destacou a entrada das duas bolsas no mercado de ações como um "passo prévio" para concretizar a negociação.

Segundo o analista, as duas bolsas, "com sua entrada no mercado de ações, seguiram os passos corretos, demonstrando governança corporativa, transparência, independentemente de sua boa reputação no mundo".

O economista Pedro Paulo Silveira, chefe do Departamento Econômico da Gradual Corretora, indicou à Efe que "as fusões são uma tendência global e, no caso das bolsas brasileiras, foi algo que o mercado o assimilou muito bem, com valorização para ambas".

"Em uma fusão, sempre é normal que uma empresa ganhe e outra perca, mas aqui houve confluência de sinergia e as duas aumentaram o valor de suas ações apenas com o rumor de uma eventual fusão", ressaltou Silveira.

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