Mercado reduz projeção do IPCA para 2008 pela 8ª vez

Pela oitava semana consecutiva, o mercado reduziu a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 e manteve a estimativa do indicador abaixo do teto da meta de inflação para este ano, de 6,5%. Segundo a Pesquisa Focus, compilado das principais projeções macroeconômicas de instituições financeiras divulgada hoje pelo Banco Central, o IPCA deve encerrar 2008 em 6,23%, ante previsão de 6,26% na semana passada. Para 2009, a previsão caiu, pela segunda semana seguida, de 4,99% para 4,97%.

Porém, em ambos casos, as previsões para o IPCA permanecem acima do centro da meta de inflação, de 4,5%, conforme determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN). A margem de tolerância é de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, ou seja, entre 2,5% e 6,5%.

Já para os Índices Gerais de Preços (IGPs), calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que trazem o comportamento dos preços no atacado e o impacto em tarifas públicas e de serviços, as previsões apresentaram comportamentos distintos. Enquanto o mercado reduziu a previsão para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que deve encerrar 2008 em 9,77%, ante 10% na previsão anterior; a expectativa para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu para 10,23%, ante projeção de 10,20% na semana passada. Para 2009, o comportamento foi parecido: a projeção para o IGP-DI subiu de 5,2% para 5,26%, enquanto a do IGP-M caiu de 5,4% para 5,35%.

Juros

A projeção do mercado para a taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 2008 foi mantida em 14,75% ao ano, pela sexta vez seguida. Já para 2009, a previsão subiu, pela primeira vez, passando de 13,75% ao ano para 13,79% ao ano. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) ainda tem dois encontros agendados até o fim deste ano para definir sobre a atualização da Selic. As duas próximas reuniões do comitê acontecem em outubro e em dezembro.

Câmbio

Após a recente valorização do dólar, que chegou a ser negociado acima de R$ 1,96, o mercado elevou as previsões para as taxas de câmbio no fim de 2008 e de 2009 para R$ 1,70 e R$ 1,77, de R$ 1,65 e R$ 1,75 na semana anterior, respectivamente.

PIB

A estimativa de crescimento da economia brasileira em 2008 subiu, pela segunda vez seguida, para 5,17%, de 5,01%. Já a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo País) em 2009 foi mantida em 3,6%, pela terceira semana consecutiva.

Contas externas

Em relação à balança comercial brasileira, o mercado elevou a projeção de superávit este ano para US$ 23,73 bilhões, de US$ 23,6 bilhões. Já a estimativa do déficit em conta corrente (saldo de todas as transações do País com o exterior) em 2008 passou para US$ 27,85 bilhões, de US$ 28 bilhões na previsão anterior.

Para 2009, o mercado manteve a previsão de superávit da balança comercial em US$ 13 bilhões, mas elevou a previsão de déficit em conta corrente para US$ 34,4 bilhões, de US$ 34 bilhões.

Investimentos

A previsão para o Investimento Estrangeiro Direito (IED) em 2008 subiu para US$ 35 bilhões, de US$ 34,6 bilhões na semana passada. Para 2009, a previsão do IED foi mantida em US$ 30,37 bilhões.

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