Microempresários aderem aos cartões para expandir negócio

Legalização abre caminho para crescimento e empreendedores começam a aderir a cartões de crédito e débito para expandir negócios

Cartões de crédito e débito têm sido, cada vez mais, instrumentos comuns a mercados informais e que movimentam o comércio. É o caso de Jorge Eduardo Ribeiro Ramos, dono de uma pet shop instalada na Rocinha (comunidade do Rio de Janeiro), que passou a oferecer este tipo de pagamento como opção. O que é uma prática normal no comércio representa para este empresário, uma imensa conquista, resultado da formalização do negócio.

Em 1º de julho de 2009, quando entrou em vigor a Lei do Empreendor Individual (EI), Jorge amanheceu na fila de atendimento do posto do Sebrae da Rocinha e foi o primeiro a ser registrado. “Tenho muitos clientes de alto poder aquisitivo na vizinhança e eles me encomendavam rações e medicamentos. Nunca deixei de atendê-los, mesmo pagando até 40% mais caro pelos produtos. Com o Cadastro Nacional de Pessoa Física (CNPJ), minha margem de lucro aumentou muito e ainda posso fazer estoque”, comemora.

Neste período, ele abriu uma loja em São Conrado, bairro vizinho à comunidade onde mora e ainda planeja outro ponto em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Faturando cerca de R$ 8 mil por mês, ele já não se enquadra como EI, previsto para quem ganha até R$ 36 mil por ano. “Graças a Deus, meu negócio cresceu e, com o cartão, vou faturar ainda mais. Não vou mais perder um cliente, porque ele não tem dinheiro na carteira no momento da compra”, resume.

Pipoca com cartão

A formalização também modificará a vida de Antônio Nélson Gonçalves, mais conhecido como Nelsinho da Pipoca. “Depois do carnaval, começo a oferecer pagamento através de cartão”, vai logo avisando.

Com uma carrocinha na Cinelândia, centro comercial do Rio, começou a chamar a atenção ao criar o Disk Pipoca para atender quem não podia sair do trabalho e sem cobrar R$ 1 centavo a mais por isso. Pipoca com bacon, leite condensado e pitadas de canela são algumas das opções. “Olha, mais de 20 pessoas já me falaram sobre o pagamento com cartão. Como sempre procuro atender aos pedidos dos clientes, vou aderir”, afirma.

A tecnologia já faz parte do dia a dia do negócio do pipoqueiro. O empresário mantém um cadastro atualizado dos clientes na internet, que inclui, além de pessoas físicas, cerca de 35 empresas, onde detalha até o gosto de cada um. Nelsinho já criou um blog, usa o Twitter para dar informações fresquinhas e planeja comprar um netbook para dar informações em tempo real.

 

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