Empresário usa conceitos aprendidos em sala para melhorar negócio dos sonhos

Bruno Schwinn, CEO da Barco Brewers, era o típico funcionário que gostava muito de estar em sua zona de conforto. Ele sempre pensava “um dia eu vou fazer”, “um dia eu vou conseguir” e assim seguia. Porém, ele tinha uma ideia que estava se tornando insistente: queria trabalhar com cerveja. Mas, ele não tinha conhecimento nenhum, não sabia nada sobre negócios, sobre empreendedorismo ou sobre finanças.

O ponto de virada aconteceu na vida dele quando Bruno resolveu fazer o curso Empreendedorismo Criativo da Perestroika, escola de atividades criativas. E, detalhe: quase não consegue participar, pois quando entrou em contato com a escola, a primeira aula já havia passado, depois de muita insistência, conseguiu que liberassem uma vaga. E valeu a pena o esforço, pois a cada aula, conta Bruno, os conceitos e ensinamentos aprendidos foram preenchendo todas as lacunas que ele tinha sobre negócios.

Para Bruno, o lema da Perestroika, “Vai lá e faz”, repetido nas aulas pelos professores, presente em todos os conceitos ensinados e exibido na forma de comunicação da escola representou nas palavras dele “não somente um empurrão, foi o ‘pedala Robinho’” para tomar uma atitude. Conforme o curso transcorria, Bruno foi montando o conceito que ele queria para a Barco Brewers. “Aula por aula. Cada conceito novo, adaptava a minha ideia. Assim, comecei a desenhar e pensar realmente a Barco como um business. Sem saber quando e como iria executar aquela ideia”, relata.

E a resposta para sua pergunta veio justamente na última aula do curso, quando aconteceu uma “banca de investidores” e todos os alunos foram encorajados a mostrar as suas ideias de negócios. Bruno lembra que apresentou o projeto totalmente sem interesse em impressionar um possível investidor e, para surpresa e felicidade dele, o plano de negócios da Barco Brewers, que até então não passava de uma apresentação no Power Point foi escolhido como o melhor modelo de negócio. E isso era exatamente o que ele precisava para pedir demissão do seu emprego para começar a colocar a Barco Brewers para funcionar.

Entretanto, o caminho para transformar essa apresentação em uma empresa de verdade foi muito difícil, releva Bruno. “Errei demais. Perdi muito dinheiro, que nunca tive, inclusive. E não foi pelo negócio ou pelo mercado, foi por falta de conhecimento meu mesmo. Achava que era só sair vendendo e pronto. Mas isso me custou caro. Tanto é que levou 1 ano e 10 meses para a Barco Brewers ter o seu primeiro mês lucrativo”, avalia. Ele afirma que dessa experiência ficou de lição: comece simples, direito e não tente ser gigante antes do tempo.

Em 2017, a Barco Brewers chega ao seu quinto ano de operações. A empresa que começou do zero, sem nenhum conhecimento e nenhum capital por parte do seu empreendedor, foi crescendo de forma rápida, porém mais arriscada. “Perdemos dinheiro nos primeiros dois anos”, diz Bruno. No primeiro ano, relembra Bruno, tínhamos apenas um produto. “Mas mesmo assim, sempre tivemos muita vontade e muito sangue no olho”, justifica. Talvez por isso, a média de crescimento anual da empresa desde sua criação é de 203% ao ano.

É o primeiro ano, agora em 2017, que eles não vão precisar lançar produtos novos para ampliar portfólio. “Entramos em 2017 com o portfólio maduro para atingir nossos objetivos. Iremos fazer diversos lançamentos, mas todos pontuais e sazonais”, afirma. Bruno comenta também que cada vez mais a interação entre a empresa e os consumidores está ganhando força e, por isso, também nesse ano, eles pretendem reforçar as origens da Barco Brewers, que nasceu da colaboratividade entre cervejeiros caseiros e consumidores. “Acredito que 2017 será um bom ano. Tanto para a Barco, quanto para a economia e para os negócios. Eu estou confiante”, declara.

Bruno começou a Barco Brewers com 22 anos e considera que foi cedo, porque ele não tinha nenhum conhecimento sobre negócios. Mas, por outro lado, ele acredita que o tema empreendedorismo precisa ser estudado na escola ainda. “Estimular as crianças, os adolescentes a entenderem como funciona um negócio e a lidar com dinheiro. Saber vender. Entender a lógica do dinheiro. Tudo isso pode ser ensinado de forma lúdica e divertida”, defende.

Na visão dele, muita gente cresce querendo ser empreendedor, mas nem sabe direito o porquê, nem como, nem o que fazer. Porém, para entender isso não é preciso fazer uma faculdade. Bruno afirma que ser empreendedor é simplesmente ser uma pessoa determinada, que acredita que sua ideia pode virar um negócio e que esse negócio pode mudar a vida das pessoas. “É preciso ensinar as crianças que elas podem fazer tudo o que elas quiserem, se realmente forem determinadas. Que os sonhos delas, podem se tornar reais. E quanto mais cedo elas começarem, melhor”, diz.

Apesar de admitir que empreender pode ser um caminho tortuoso, Bruno pensa que o empreendedorismo é o motor do mundo. “Quando você olha para trás e vê o que você fez, independente do resultado, só por tentar, já vai ter valido muito a pena”, destaca. Para ele, não teve nada mais gratificante do que ver aquela “apresentação de power point” virar um negócio, empregar pessoas, crescer, fazer coisas legais, criar, chegar a lugares nunca imaginados e, no final de tudo, ainda dar lucro.

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