ONU e Sebrae fazem parceria para fortalecer empreendedorismo feminino

O Sebrae passou a fazer parte de um grupo de mais de 170 entidades públicas e empresas que aderiram aos Princípios de Empoderamento das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU). A adesão, que vai fortalecer o empreendedorismo feminino no país, foi firmada pela diretora técnica e presidente em exercício da instituição, Heloisa Menezes, e pela representante da ONU Mulher no Brasil, Nadine Gasman. Atualmente, o Brasil conta com 24 milhões de empreendedoras, número pouco inferior ao universo masculino, que é de 25,4 milhões.

“Este é um ato de grande simbolismo para as mulheres e para o Sebrae. Temos a capacidade de agir de forma efetiva na economia em todo o País, seja no Amazonas, seja em São Paulo”, disse Heloisa Menezes O Sebrae já trabalha com o desenvolvimento sustentável esgota, essa iniciativa vai ampliar o empreendedorismo feminino. “Este ato ajuda a deixar mais clara a nossa proposta, que é o empreendedorismo que transforma. E as mulheres têm essa capacidade de transformar”, destacou.

No evento, Heloisa Menezes anunciou que o Sebrae desenvolveu um projeto-piloto a ser levado para nove estados. “Vamos alcançar esse tipo de empreendedorismo por meio da capacitação, sensibilização e inteligência”, explicou. Ela se referiu à cartilha “Mulheres de Negócios”, feita pela diretoras do Sebrae em Mato Grosso do Sul, Maristela França, e Cassiana Abritta, do Distrito Federal. Essa publicação, conforme Heloisa, vai ajudar na promoção da igualdade entre homens e mulheres.

Segundo a ONU Mulher no Brasil, pelas estatísticas, o país, assim como o restante do mundo, apresenta uma situação em que as mulheres ainda estão atrás dos homens em relação ao empreendedorismo. “Apesar disso, é possível afirmar que a igualdade de gêneros é um bom negócio”, ressaltou Nadine Gasman.

Segundo ela, os estudos comprovam que, caso as mulheres tivessem o mesmo papel dos homens nas empresas, isso representaria um acréscimo de US$ 25 trilhões no mercado ou 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global anual até 2025. “Este foi o inicio de uma parceria muito importante”, observou Nadine, ao se referir à adesão do Sebrae aos Princípios. “Temos que mudar as coisas de forma acelerada e o Sebrae sabe fazer”, complementou.

Durante o evento, foram realizados dois painéis sobre os temas “Liderança feminina e negócios” e “O papel das redes no empreendedorismo feminino”, com a apresentação de casos de sucesso e experiências de empresárias e líderes do setor. O primeiro, aberto por Nadine Gasman, abordou os movimentos que surgiram para valorizar a mulher nos negócios, como Ana Fontes, da Rede de Mulheres Empreendedoras, que hoje reúne 500 mil pessoas. “Aprendi que é possível mobilizar sem ter dinheiro e vi que tinha muita gente fazendo coisas boas pelo País”, afirmou Ana, que começou seu trabalho por meio de um blog na internet.

Segundo a representante da ONU Mulher, a criação de redes é importante, mas ressalta que é imprescindível haver apoio. Para Dulcejane Vaz, do Grupo Mulheres do Brasil, a política tem que ser da igualdade para todos. “Precisamos andar de mãos juntas, os homens e as mulheres, para melhorar a sociedade”, explicou. Em outro painel, a empresária Agda Oliver, Prêmio Sebrae Mulher de Negócio 2013, contou que decidiu abrir uma oficina mecânica dedicada às mulheres, depois de ter sido enganada. “Todos foram contra, mas o Sebrae me apoiou e deu certo”, explicou.

Com a experiência de 16 anos na Apex-Brasil, Adriana Rodrigues explicou ao público, majoritariamente feminino, as chances que as mulheres podem ter para vender seus produtos ao exterior, ao apresentar o Projeto Mulheres na Exportação. “Há chances de atrairmos investimentos para empresas lideradas por mulheres”, observou Adriana. Já para Cristina Castro, hoje é fundamental que as mulheres tenham sua liberdade financeira. Ela é embaixadora no Brasil de dois programas do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos. “Precisamos formar alianças, confiar na pessoa ao nosso lado”, assinalou.

 

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