Pão de Açúcar estuda se unir ao Carrefour

O Pão de Açúcar, maior grupo varejista brasileiro, sondou o francês Carrefour para uma possível fusão dos supermercados no Brasil.

As negociações estão em fase embrionária e contam com dois grandes entraves: aprovação pelos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e oposição do Casino, acionista do Pão de Açúcar e rival do Carrefour na França.

Para estudar a viabilidade do negócio, o Pão de Açúcar conta com o trabalho da consultoria Estáter, prestadora de serviço da varejista que costurou a compra da Casas Bahia. O Carrefour é assessorado pelo banco Lazard.

O negócio envolve hipermercados, postos de gasolina, e-commerce e também a marca Dia, as quais podem ser vendidas em conjunto ou separadamente.

A fusão poderia criar um gigante com faturamento da ordem de R$ 60 bilhões anuais e 28% do setor supermercadista no país, o que dificultaria a aprovação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em 2010, a matriz do Carrefour descobriu rombo contábil de 550 milhões de euros (R$ 1,26 bilhão) no Brasil, abrindo espaço para rumores sobre sua saída do país.

O escândalo levou à demissão de toda a diretoria e a uma "intervenção" no Brasil.

Na França, acionistas do Carrefour estão descontentes com os resultados e pressionam pela venda das unidades do Brasil e da China.

QUEIXA

A investida do Pão de Açúcar desagradou ao Casino, que tem 50% do varejista.

Segundo o jornal "Le Figaro", o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, enviou carta à diretoria do Carrefour na qual afirmou que o Casino havia sido informado pelo Pão de Açúcar sobre as negociações.

Na carta, ele reclama que o Casino nunca foi informado (pelo Carrefour) sobre o assunto e propõe uma decisão conjunta para o caso.

O francês "Journal du Dimanche" publicara no domingo que a família Diniz, controladora do Pão de Açúcar, poderia aceitar uma participação no Carrefour como parte do pagamento pela unidade brasileira.

Qualquer operação nesse sentido exigiria aprovação por parte do Casino.

Os analistas se mostraram céticos quanto à transação ao afirmar que essa operação levaria a entraves de concorrência e teria grandes chances de ser vetada pelo Casino.

Segundo o "Figaro", o Casino não parece inclinado a apoiar a transação.

Procurados, Pão de Açúcar, Carrefour e Estáter preferiram não comentar o caso.
 

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