Pequeno varejista ignora a desaceleração da economia

A percepção geral de que a economia brasileira se desacelera ainda passa ao largo do pequeno varejo, que prevê alta de 6% a 8% nas vendas deste ano –puxadas, principalmente, pela expansão do mercado nordestino.

"Não enxergamos nos próximos 24 meses o fim da demanda reprimida por parte das classes que ascenderam. As pessoas ainda estão na primeira fase do consumo", afirma o presidente da CNDL (Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, em encontro da categoria em Fortaleza.

Para Pellizzaro, as medidas do Banco Central para moderar o ritmo de expansão do crédito não devem impactar os lojistas ainda por outro fator: a capitalização do pequeno varejo (a maioria concede o crédito direto ao cliente).

Risco maior, afirma, é o descontrole da inadimplência –que ainda não é agudo, mas preocupa.

Cerca de 6.000 lojistas (95% são pequenos, como donos de padarias, farmácias e papelarias) se inscreveram para assistir em Fortaleza a palestras motivacionais, de análise econômica, sobre sistema tributário e vendas.

Dona de uma multimarcas em Maricá, no Rio, a empresária Marisete Cardoso, 48, comemora as vacas gordas. "Já trocamos para a coleção nova e estamos tendo vendas melhores que as de 2010."

Para Reginaldo Nogueira, professor de economia do Ibmec, o jogo pode virar para o pequeno varejista com a piora no ambiente externo e com a redução do crescimento brasileiro, seguidas de alta do desemprego e perda salarial.
 

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