Política industrial não pode privilegiar setores específicos, diz pesquisador

Após o anúncio, na semana passada, da política industrial, que irá aumentar os investimentos em tecnologia, ampliar as exportações e incentivar as micro e pequenas empresas, empresários e especialistas têm debatido a eficácia das medidas no que se refere à competitividade da indústria brasileira.

Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o professor e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas), Maurício Canedo, abordou alguns pontos do pacote.

Segundo o especialista, a política industrial traz medidas que desoneram investimento em capital fixo e estimulam o desenvolvimento. Mas ele teme que elas favoreçam apenas alguns setores, que teriam prioridade na concessão dos benefícios.

"A política industrial peca um pouco por conta desses subsídios [focados em segmentos específicos]. Essas desonerações seriam mais adequadas se houvesse medidas mais horizontais", opinou, segundo a Agência Brasil.

Inovação não deve ser prioridade
Canedo afirma que a inovação tecnológica consiste em um ponto importante, mas que não deve ser prioridade. "O Brasil deve investir também em setores tradicionais, pois temos vantagens comparativas com o agronegócio e o biodiesel. Podemos levar inovação também a setores tradicionais".

Ele pondera que, se todos os setores forem incluídos no pacote, o efeito será positivo. Contraditoriamente, o professor também disse que é importante que o País mantenha o foco nos setores nos quais conta com vantagem comparativa, como nos de produção e qualificação de mão-de-obra.

Facebook
Twitter
LinkedIn