Produção industrial volta a crescer no Brasil

O volume de produção industrial voltou a crescer no mês de outubro de 2015. De acordo com o Boletim Indústria do Ceper/Fundace, a alta é devido à produção de final de ano para as vendas de Natal.

“Os meses de setembro e outubro costumam ser mais fortes para a indústria brasileira pela questão sazonal”, explica o pesquisador Luciano Nakabashi. O fenômeno levou a um leve aumento da Utilização da Capacidade Instalada, mas o indicador ainda se encontra em um patamar abaixo do usual.

Índice de Confiança do Empresário Industrial – A confiança do empresário sobre as condições da economia apresentou tendência de melhora no mês de novembro de 2015, contrapondo-se com a tendência de queda dos meses anteriores. Apesar do aumento, a avaliação do empresário continua pessimista, pois o índice de confiabilidade na indústria continua bem abaixo de 50 pontos.

As expectativas sobre a economia brasileira também apresentaram tendência de melhora em novembro de 2015, mas continuam abaixo de 50 pontos.

IPI – O Boletim Indústria traz dados da evolução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o índice do faturamento real da indústria a partir de julho de 1994, ambos com ano base em 2006.

Os dados mostram que nos anos 1990, o índice do IPI era maior que o do faturamento real da indústria, mas convergiu ao longo dessa década e manteve uma tendência parecida ao longo dos anos 2000. A partir de 2014, há uma queda acentuada no faturamento real, com maior intensidade ainda na arrecadação do IPI, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor.

Regiões do Brasil – O Boletim aponta que toda a indústria brasileira vem sofrendo com a atual situação econômica. No entanto, a região Norte do país apresentou uma deterioração mais acentuada em relação às demais regiões no que tange à evolução da produção e à evolução do número de empregados.

“O problema é que a indústria brasileira ainda tem uma longa caminhada devido aos problemas estruturais como a deficiente infraestrutura, mão de obra pouca qualificada, excesso de burocracia, carga tributária em contínua elevação, além da pouca segurança institucional”, avalia Nakabashi.

O pesquisador aponta que no curto prazo a expectativa é de melhoras em relação à depreciação cambial e tendência de queda dos salários. No entanto, a grande retração da demanda interna tem sido mais do que suficiente para contrabalancear os dois efeitos citados anteriormente, visto que a indústria nacional atende, sobretudo, o mercado doméstico.

O Boletim Indústria está disponível no site da Fundace: http://fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201511_00173.pdf

Indicadores – A Sondagem Industrial é realizada com base em dados sobre volume de produção, nível de utilização da capacidade instalada, estoques de produtos finais, perspectivas para os próximos meses quanto à demanda, compra de matéria-prima e exportação. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é construído com base em questionamentos feitos aos empresários industriais das áreas extrativistas e de transformação sobre condições atuais e para os próximos seis meses quanto às condições gerais internas da empresa, da economia brasileira e do estado de São Paulo.

A produção dos indicadores regionais é resultado de uma parceria entre a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP e a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Sua execução fica a cargo do Ceper/Fundace – Centro de Pesquisa em Economia Regionais da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia. Os indicadores foram desenvolvidos pela CNI – Confederação Nacional das Indústrias, que realiza os levantamentos junto com Federações das Indústrias de diversos estados do País.

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