Proposta dos EUA tem pouco efeito para Doha, avalia CNA

O superintendente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Cotta, avaliou que a proposta apresentada hoje pelo governo americano para redução do limite de subsídios tem pouco efeito para a conclusão da Rodada Doha. Mesmo assim, ele lembrou que a oferta do governo americano sinaliza que os Estados Unidos querem o avanço das negociações. "O governo americano está dizendo: estou no jogo e quero jogar esta partida de xadrez", afirmou Cotta, que está em Genebra, acompanhando as reuniões da rodada da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Cotta lembrou que, na prática, os Estados Unidos aplicam um subsídio inferior ao limite apresentado hoje. A subvenção ao setor agrícola americano soma US$ 7,5 bilhões e a proposta estabelece um limite de US$ 15 bilhões (US$ 2 bilhões a menos que o proposto anteriormente). Apesar disso, ele acredita que a movimentação dos Estados Unidos deve ser levada em consideração. "Não podemos achar apenas que a proposta é ridícula e abandonar a mesa de negociação. A saída do processo seria a pior coisa para a agricultura brasileira", afirmou.

O superintendente da CNA ponderou ainda que o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim considerou a proposta "muito ruim", mas que pode haver uma posição negociadora por trás das declarações do chanceler.

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