Queda de commodities derruba Bovespa, que recua mais de 4%

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra queda livre nesta quinta-feira, 4. Após abrir em alta, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário paulista, recuava 4,10%, às 14h07 aos 51.330 pontos. A queda dos preços das commodities no mercado internacional tem prejudicado a Bolsa nos últimos dias. O foco se volta para as cotações do petróleo, que influenciam diretamente as ações da Petrobras.

Nesta tarde, elas caíam 4,23%, com o recuo dos preços do óleo. Nos EUA, os estoques de petróleo caíram 1,898 milhão na semana encerrada dia 29 de agosto, ante expectativa de que se reduzissem em 300 mil barris. Já as reservas de gasolina caíram 1,037 milhão de barris, para 194,404 milhões, ante expectativa de declínio de 1,5 milhão.

A variação – para baixo – dos preços do combustível é apontada como uma das razões para o recuo registrado no Ibovespa nos últimos três dias. *E se as cotações das matérias-primas (commodities) continuarem caindo, o mau humor nas bolsas dos países emergentes seguirá*, opina o analista Pedro Galdi, da corretora SLW.

Além disso, no pregão desta quinta, persiste a atenção dos investidores sobre as ações da Vale, que oscilaram na quarta com rumores sobre um reajuste que a empresa teria conseguido no preço dos minérios vendidos na China – notícia depois negada pela mineradora. Os papéis da companhia caíam 4,80%.

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EUA

A agenda de indicadores norte-americanos traz ainda os números do setor de serviços, calculados pelo Institute for Supply Management (ISM). O indicador melhorou em agosto para 50,6, de 49,5 em julho, o que indica expansão da atividade.

No campo do trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA inesperadamente subiram em 15 mil na semana encerrada dia 30 de agosto, para 444 mil, segundo o Departamento de Trabalho. Os economistas esperavam queda de 5 mil.

Já a produtividade da mão-de-obra do país foi revisada para uma taxa anual de expansão de 4,3% no segundo trimestre, quase o dobro da estimativa divulgada antes, de aumento de 2,2%. Mas o custo da mão-de-obra caiu 0,5% a uma taxa anual, num sinal de que a desaceleração econômica e o enfraquecimento do mercado de trabalho estão dificultando a obtenção de salários mais elevados pelos trabalhadores. Estes dados – e mais os varejistas informando que agosto foi mais um mês ruim – foram mal recebidos pelo mercado. Com isso, o Dow Jones, principal índice acionário dos EUA, cedia 2,25%.

Resta ainda espaço para a divulgação dos juros básicos pelo Banco Central Europeu, para a zona do euro, e pelo Banco da Inglaterra, para o Reino Unido. Como já era esperado no mercado financeiro, as taxas foram mantidas inalteradas em 4,25% ao ano na Europa e em 5% ao ano na Inglaterra. Os números interessam principalmente por conta da expectativa de que alguns países europeus registrem desaceleração no nível de crescimento, o que tenderia a levá-los a demandar menos matérias-primas.

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