Reestruturar a empresa é essencial na crise

A retração da economia brasileira já afeta empresas de diferentes segmentos. Prova disso está no aumento das demissões e na ampliação dos pedidos de recuperações judiciais deferidos nos primeiros cinco meses do ano. De acordo com dados do Serasa Experian, foram 332 solicitações de companhias de micro, pequeno, médio e grande porte. Comparado com o mesmo período de 2014, o crescimento foi de 31%.

Para empresas que estão nessa situação, e para aquelas que a crise já bate à porta, a palavra de ordem é a reestruturação do negócio, diminuindo radicalmente as despesas e, ao mesmo tempo, incrementando os resultados. É o que afirma Artur Lopes, advogado e especialista em recuperações judiciais da Artur Lopes & Associados.

“Durante um período de crise, uma das maiores deficiências do empresário é a falta de atitude, pois ele tende sempre a achar que o problema é menos grave do que parece. Outro obstáculo considerável a se superar é a carência de uma metodologia multidisciplinar que trate os assuntos de maneira integrada e, porque não dizer, holística”, explica Lopes.

De acordo com o advogado, o empresário tem de estar aberto e ter humildade suficiente para aceitar a aplicação de uma metodologia diferente, com disciplina muitas vezes inédita e um enorme sentido de perpetuidade da operação. “Afinal não existe nada pior do que continuar fazendo as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. Se a empresa já está em crise é sinal de que algo errado ocorreu. Logo, não seria crível nem adequado tentar sair do problema insistindo nas mesmas condutas e atitudes”, recomenda.

Para que o processo de reestruturação seja bem sucedido, é fundamental que as ações tenham a participação desde o departamento de planejamento e controle de produção (PCP) até o marketing, passando pela gestão de suprimentos e à administração financeira. “Por sua vez, qualquer projeto com enfoque multidisciplinar requer organização e coordenação, aspectos que depõem mais a favor do êxito do que as ações em si, estas últimas obrigatoriamente acompanhadas de rígida disciplina em sua implementação”, afirma Artur Lopes.

Ainda segundo ele, se a empresa estiver gerando prejuízo, e assim continuar por muito tempo, injetar recursos nela equivalerá a jogar dinheiro pelo ralo. “A falha em gerar esses círculos viciosos é tratar os sintomas e não a doença. Mudar, realmente é o que deve ser colocado em prática nessas horas”, afirma

 

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