Setor de veículos mantém investimento apesar de expansão menor

A indústria brasileira de veículos mantém sua projeção de investimentos até o próximo ano, apesar de o ritmo de crescimento de vendas ter recuado à metade em relação a 2010, afirmou na quinta-feira o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.

"O plano de investimento de 11,2 bilhões de dólares entre 2010 e 2012 está mantido … o plano foi projetado para um mercado que crescia dois dígitos e que agora está crescendo pela metade", afirmou Belini, que também preside o grupo Fiat na América Latina.

Segundo Belini, o mercado brasileiro tem uma proporção de um carro para cada sete habitantes e com essa relação "seria natural crescer dois dígitos".

A redução no ritmo ocorreu com os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o fim do ano passado para resfriar a economia e conter o crescimento da inflação.

"As medidas reduziram a demanda do setor, mas o momento é conjuntural, para ajustar a inflação para o centro da meta do governo e isso vai assegurar o crescimento futuro do país", disse Belini, citando que a média diária de vendas de veículos novos caiu de 17,1 mil unidades em dezembro para 14,4 mil em maio.

Em 2010, as vendas de veículos novos cresceram 11,9 por cento no país e a projeção da Anfavea para este ano é de expansão de 5 por cento.

Belini fez os comentários durante o Congresso Brasileiro do Aço, em que defendeu aumento da competitividade da indústria nacional ante a crescente participação de veículos importados no total de vendas do país e dificuldades de exportação.

Segundo o presidente da Anfavea, entre 2006 e 2010, o setor automotivo teve redução de 60 por cento no saldo de sua balança comercial, enquanto as exportações vêm recuando a um ritmo de 7 por cento ao ano entre 2005 e 2010.

"A falta de competitividade pode implicar uma perda de produção de 1 milhão de veículos em 2015 e 3 milhões em 2020", disse Belini, atribuindo a projeção de perda às importações.

"Com isso, a indústria poderá deixar de adquirir 1,2 milhão de toneladas de aço em 2015 e 3,7 milhões de toneladas em 2020", afirmou, acrescentando que em 2011 o setor deve comprar 4,3 milhões de toneladas de aço.

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