Sintonia com o mercado

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Melhora dos negócios após se tornar EI incentivou músico a abrir estúdio e virar microempresário

Seja por vocação ou destino, a música sempre esteve presente na vida de Murilo Tino, cantor desde os seis anos de idade. Na infância, o brasiliense aprendeu a tocar piano, teclado e violão. No melhor estilo “um banquinho e um violão”, aos 14 começou a cantar na noite de Brasília, atividade que desenvolveu informalmente por quase dez anos, até o dia em que conheceu o programa Empreendedor Individual. Após a formalização, surgiram novos contratos e oportunidades que impulsionaram a carreira do jovem músico. Hoje, aos 26 anos, Murilo comemora a realização do sonho de muitos EIs: migrar para o patamar de microempresa, com a abertura do estúdio de música Arte Livre.

 

A ideia de se formalizar surgiu por acaso, em 2010, durante uma apresentação na festa de aniversário do presidente do Sebrae/DF. “Fui contratado para tocar e um dos consultores me abordou sugerindo que eu entrasse no site para conhecer o programa; até então, eu nem sequer imaginava que tinha condições de ter um CNPJ”, conta Murilo. Logo após se cadastrar como EI, o músico começou a desfrutar das vantagens da formalização, como o aumento dos contratos para tocar em festas e eventos. “Com a possibilidade de emitir nota fiscal, passei a atender clientes governamentais e minha demanda cresceu muito”, relata Murilo.

Motivado pelos bons resultados, no início de 2011 ele decidiu expandir o negócio, transformando-o em microempresa. Com a abertura do estúdio de música, o agora microempresário passou a oferecer, além dos shows solo e em trio, serviços como produção artística e gravação de CDs e DVDs, filmes e animações em 3D, entre outros. Outro motivo que levou o músico a investir na empresa foi o desejo de gravar o próprio CD. Se fosse contratar um estúdio para produzir e gravar suas músicas, Murilo teria que desembolsar praticamente a mesma quantia utilizada para a abertura do negócio. “Já que era para gastar, decidi então apostar as fichas na montagem do meu estúdio e começar a produzir outros artistas também, inclusive porque ser empresário é a melhor forma de realizar meu sonho artístico de viver da música”, diz.

O problema é que Murilo – que sempre teve o negócio como única fonte de renda – não tinha capital suficiente para dar o pontapé inicial no projeto. E foi justamente na hora de levantar recursos para estruturação da empresa que ele sentiu na pele uma das dificuldades comuns aos EIs: a falta de credibilidade por parte dos bancos, que ainda não dispõem de linhas de crédito adequadas às necessidades dos empreendedores individuais. “Mesmo movimentando uma quantia razoável, ainda há certa desconfiança e restrição das instituições financeiras em relação aos EIs.”

Para o microempresário, os bancos precisam desenvolver linhas de crédito específicas para a categoria. “Solicitamos valores ínfimos se comparados aos empréstimos bancários – geralmente altíssimos – aprovados para grandes empresas, e mesmo assim muito EI não consegue”, lamenta o empreendedor, que conseguiu levantar os R$ 50 mil necessários para as reformas no estúdio somente através de um empréstimo pessoal.

Prestes a completar um ano de funcionamento em fevereiro de 2012, o estúdio atualmente conta com um funcionário, sendo que novas contratações devem ocorrer em breve, conforme o aumento da demanda. Além da produção de artistas locais como Rosane Lauren, Tainá Reis e Leandro Moraes e, claro, Murilo Timo, a empresa também é especializada na produção e veiculação de vídeos corporativos em canais como o YouTube, a exemplo da campanha sobre reflorestamento desenvolvida para uma ONG de Mato Grosso. “Nosso objetivo é investir cada vez mais em parcerias e projetos como esse, desenvolvendo uma rede social colaborativa que envolva tanto os músicos como todos os profissionais que tornam a arte possível”, afirma Murilo.

Entre os projetos futuros do empreendedor estão a consolidação do estúdio no mercado e a entrada em nichos musicais específicos, como música eletrônica. “Estamos com alguns contatos muito interessantes com DJs de renome, incluindo alguns nomes da Europa, devemos nos especializar cada vez mais nesse mercado daqui para frente”, revela Murilo.

 

Murilo Timo

Idade: 26 anos

Ano de formalização: 2010

Ramo: Música

Data da alteração para ME: Fevereiro de 2011

Número de funcionários: 1

 

 

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