Sua empresa está preparada para se tornar uma franqueadora?

Especialistas em franchising afirmam que para transformar um negócio em rede franqueadora é necessário ter vocação

Muito se fala sobre o sonho do brasileiro – empreendedor por natureza – de ter um negócio próprio. Quase sempre, a franquia é uma opção lembrada por conta de seus diversos atrativos tão alardeados por quem já atua no sistema. Por outro lado, quem já é um empresário também se sente atraído pelo franchising, sobretudo os que querem expandir sua marca, mas será que estão preparados?

A consultora Melitha Novoa Prado, que atua no sistema de franchising há mais de 20 anos, afirma que não. “Para ser franqueador é preciso vocação. Qualidades como ser generoso e doador são essenciais, até porque o sucesso do franqueado deve ser o maior objetivo do franqueador”, afirma. “Nem todo negócio pode ser transformado em franquia, é preciso avaliar bastante cada caso para decidir o melhor caminho a seguir", completa.

Além disso, os candidatos a franqueados estão cada vez mais bem preparados, pesquisam previamente a franquia e o mercado e querem informações práticas acerca da viabilidade do negócio. Se a relação iniciar sem a devida transparência, a rede pode comprometer sua expansão e sucesso.

Confira o roteiro preparado pelos consultores em franchising Cristiane de Paula e Ana Paula Mantovam para iniciar uma avaliação sobre a possibilidade de se tornar uma franqueador:

– Não basta o negócio parecer atrativo. O primeiro passo é o potencial franqueador testar e realizar os ajustes no seu modelo de negócios antes de iniciar a replicação;

– Após esta etapa, verifique se o negócio é financeiramente viável para as duas partes;

– Passadas as análises iniciais, é preciso providenciar os documentos jurídicos que vão regular a relação: Circular de Oferta de Franquia e Contrato de Franquia. Ambos precisam ser feitos especialmente para o seu negócio, com profissional especializado e experiente no ramo de franquias. Eles definem e protegem aspectos críticos, como objeto e características da franquia, territorialidade, taxas, direitos e deveres das partes, mix de produtos e serviços e forma de abastecimento, entre outros;

– Investir e preparar a estrutura interna: tecnologia, marketing, processos para o relacionamento, controle, suporte e gestão da rede;

– Criar ferramentas para a transmissão de know-how: programas de treinamento, manuais, guias e realizar reciclagens são fundamentais;

– Elaborar o plano de expansão, ponderando a capilaridade e a velocidade desejadas em consonância com a capacidade de atender, abastecer e prestar suporte às franquias;

– Criar um processo de seleção de candidatos com fluxo dinâmico: equipe integrada no modelo de negócios com habilidade para avaliar perfis e boas ferramentas de apoio. Nunca pule etapas deste processo e realize, sempre que possível, um “test-drive” para avaliar o candidato na prática;

– Uma vez assinado o contrato, é o momento de cuidar da implantação da franquia. Neste momento, a franqueadora deve dedicar atenção redobrada ao franqueado, já que, na maioria dos casos, esse é o primeiro negócio dele;

– Após a inauguração da franquia, é importante ajudar no planejamento e estruturação, pois a nova unidade – assim como o restante da rede – demandarão suporte, controle e constante inovação;

“Ao avaliar esses aspectos, pode-se concluir que não é possível pensar em criar uma rede de franquia sem, antes, ter feito o ‘a lição de casa’ e desenvolvido todos os itens acima citados”, reforça a consultora Cristiane de Paula. “Na prática, as redes consolidadas demonstram que planejamento somado a competências e estrutura interna com franqueados bem selecionados resulta em fortalecimento da marca e sustentabilidade das relações com franqueados”, completa Ana Paula Mantovam.

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