Tentativas de fraude de consumidores

Valor em dezembro chegou a R$ 691,1 milhões, o maior do ano

As tentativas de fraude envolvendo consumidores atingiram o montante de R$ 7,2 bilhões em 2010, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (31) pela empresa de análise de crédito Serasa Experian.

O indicador foi criado no ano passado, então não há dados comparativos referentes a 2009. Segundo a Serasa, o dado levado em conta na pesquisa é o valor da compra que o fraudador tenha tentado fazer com, por exemplo, um número falso de CPF, um documento ou um cartão de crédito roubados. De acordo com a empresa, a tentativa de fraude pode ter sido bem sucedida ou não.

Somente em dezembro – época de compras de Natal e um dos períodos mais movimentados do ano para o comércio –, as tentativas de fraudes atingiram R$ 691,1 milhões – valor 8,1% maior que o de novembro e o mais alto do ano (acima dos R$ 662,5 milhões referentes a maio).

A Serasa alerta para o crescimento expressivo no fluxo dos consumidores em praticamente todos os setores de negócios no fim do ano – o que aumenta as chances para fraudadores aplicarem golpes.

– Neste sentido, as atenções e os controles antifraudes precisam ser redobrados nessas ocasiões, a fim de se evitar que tais tentativas sejam bem sucedidas.

Melhor da década

Apesar do risco crescente de fraude e da cautela maior que o comerciante precisa ter para não levar prejuízo, o varejo brasileiro teve um fim de ano para ficar na história: a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), por exemplo, informou no fim de dezembro que as vendas de Natal cresceram 13% sobre 2009, marcando o melhor resultado da década.

Perfumaria, cosméticos, óculos, bijuterias, acessórios, vestuário e calçados tiveram aumentos consideráveis de vendas. No ano como um todo, as vendas nos shoppings brasileiros cresceram 12% sobre 2009.

Não só o varejo, mas o próprio governo não escondeu o bom humor no ano passado quanto ao comércio: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a dizer que o Natal deveria ser o melhor em termos de vendas no varejo.

Endividamento

A farra das compras, no entanto, tem um custo: o endividamento. O nível de endividamento e de contas em atraso entre os consumidores paulistanos cresceu neste mês e ficou em 51,2%, segundo pesquisa da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). A fatura das compras de dezembro com o cartão de crédito, além de impostos (IPTU e IPVA) e gastos escolares complicaram a vida do consumidor.

O comprometimento maior da renda do trabalhador reflete, segundo a Fecomercio, a confiança que o consumidor expressou em dezembro, assim como a utilização maior de novos financiamentos nas compras de Natal e gastos de final de ano.

Também houve aumento no número de famílias com contas em atraso, de 13% em dezembro para 15% em janeiro. Aqui também as famílias com renda de até dez mínimos são maioria (17%), enquanto apenas 5% das famílias com renda superior a esse patamar se encontram em tal condição.

Calote

A Fecomercio avalia que o atraso nas contas pode levar a um aumento do calote. Entre as famílias com contas em atraso, o prazo médio de pagamento é de 66 dias. Os atrasos de mais de 90 dias atingiram 54,1% das famílias, até 30 dias para 23,6% e entre 30 a 90 dias para 21,1% do total de famílias com dívidas atrasadas; outros 31,6% estão com financiamentos de mais de um ano, e 30,2% têm parcelamento de até 3 meses.

Entre as famílias com dívidas, 52,6% delas têm entre 11% e 50% da sua renda comprometida com o pagamento de dívidas. Para 17% das famílias endividadas, esse comprometimento é de mais de 50%, enquanto que para 23,2%, menos de 10% está comprometido com o pagamento de dívidas.

 

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