Venda de carros segue em ritmo acelerado

Até o dia 28, foram licenciados 251,1 mil veículos e previsão das empresas é de encerrar o mês com 290 mil unidades, ante 274 mil em fevereiro 

O mercado de veículos novos em março segue em alta, com resultados preliminares superiores aos de fevereiro. Até segunda-feira, foram licenciados 251,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, e a previsão das montadoras é de encerrar o mês com saldo acima de 290 mil unidades, ante 274,1 mil no mês anterior. No trimestre, as vendas devem ficar próximas a 810 mil veículos, com crescimento de 3% a 5% em relação ao mesmo período de 2010.

No primeiro bimestre, o crescimento acumulado era de 19% em relação ao ano anterior. Diante da desaceleração, indústria e analistas têm dúvidas sobre os efeitos das medidas do Banco Central para conter o consumo, adotadas a partir de dezembro.

Em relação a março de 2010, a queda será significativa, mas os resultados de um ano atrás foram atípicos. Além de mais dias úteis – o feriado de carnaval foi em fevereiro -, houve corrida às lojas por ser o último período de vigência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Só no último dia do mês foram licenciados mais de 30 mil carros. A média diária neste mês está em 13.220.

Na visão das montadoras, o mercado caminha para uma acomodação que vai de encontro às previsões da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de crescimento de 5% em relação a 2010, o que deve gerar saldo de vendas de quase 3,7 milhões de veículos até o fim do ano.

A ala da indústria que esperava impacto maior nos negócios no primeiro trimestre acredita que novas medidas serão anunciadas em breve pelo BC, insatisfeito com o resultado do pacote de contenção ao crédito que, entre outras medidas, encareceu os empréstimos de longo prazo.

O presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Décio Carbonari de Almeida, diz que houve redução no volume de crédito concedido para compra de veículos a pessoas físicas. O saldo da carteira em fevereiro, divulgado ontem pelo BC, de R$ 188,6 bilhões, é praticamente igual ao de dezembro e janeiro.

Antes das medidas, a Anef esperava aumento de 10% no volume de crédito para carros novos este ano, mas já trabalha com projeção de 8% a 10%. "Os efeitos das medidas do BC devem ser sentidos cada vez mais daqui para a frente", diz Almeida.

A rede de revendas Volkswagen verificou redução do prazo médio de financiamentos feitos por bancos comerciais de 51 meses em dezembro para 47 meses em fevereiro. No caso dos contratos do Banco Volkswagen, a média caiu de 45 para 40 meses no mesmo período.

"O cliente que dependia de prazos longos para comprar o automóvel deixou de ter acesso ao mercado por causa das medidas do BC", avalia Almeida. "Muita gente ainda tem capacidade de compra", rebate uma fonte da indústria automobilística.

 

 

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